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14/Jun/2021

Tendência é de sustentação para os preços da soja

A tendência é de sustentação dos preços dos preços da soja no mercado brasileiro, com o dólar voltando a subir e as cotações futuras em níveis elevados na Bolsa de Chicago, com reforço dos prêmios mais altos nos portos brasileiros. O dólar subiu acentuadamente ante o Real na sexta-feira (11/06), encerrando a semana com ganhos antes das decisões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil, que serão anunciadas na próxima quarta-feira. O dólar encerrou em alta de 1,06%, a R$ 5,1207. Essa é o maior patamar de fechamento desde 1° de junho. No acumulado da semana, o dólar teve alta de 1,66%. Os preços da soja vinham recuando no Brasil e nos Estados Unidos, influenciados por estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicando maior estoque mundial nas safras 2020/2021 e 2021/2022. A desvalorização do dólar frente ao Real, contudo, limita a queda nos preços internacionais, à medida que deixa a oleaginosa norte-americana mais atrativa, e reduziu a liquidez no Brasil.

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 1,3%, cotado a R$ 170,63 por saca de 60 Kg, o menor patamar nominal desde 24 de março deste ano. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1,2% nos últimos sete dias, a R$ 165,94 por saca de 60 Kg, o menor valor nominal desde o dia 8 de abril deste ano. Nos últimos sete dias, os valores da soja registram queda de 0,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,5% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2021 da soja apresenta desvalorização de 0,3% nos últimos sete dias, indo para US$ 15,44 por bushel. O contrato de mesmo vencimento do farelo de soja acumula recuo de 2,6% no mesmo período a US$ 420,64 por tonelada.

O contrato Julho/2021 de óleo de soja registra alta de 2,3% nos últimos sete dias, indo para US$ 1.553,36 por tonelada. No dia 8 de junho, o preço futuro do óleo de soja atingiu novo recorde, em termos nominais, considerando-se o contrato de primeiro vencimento. Essa alta do óleo de soja, por sua vez, se deve à maior demanda norte-americana para a produção de biodiesel, cenário que, inclusive, impediu quedas mais expressivas das cotações da soja em grão. A desvalorização externa do grão também é limitada pela baixa umidade em lavouras dos Estados Unidos, que segue preocupando os produtores e alguns já indicam menor qualidade. Segundo o relatório do USDA do dia 7 de junho, a semeadura da soja está próxima do fim, com 90% da área já semeada, acima dos 79% cultivados há um ano. Entretanto, 67% das lavouras estão em condições boas e excelentes, abaixo dos 72% no mesmo período de 2020. Em condições medianas estão 27% das lavouras, acima dos 24% há um ano. Entre ruins e muito ruins estão 6% das lavouras de soja, acima dos 4% no mesmo período do ano passado.

O relatório mensal de oferta e demanda do USDA apontou que a produção global de soja da safra 2020/2021 foi reajustada positivamente em volume recorde de 364,06 milhões de toneladas, 0,31% superior ao estimado no relatório anterior. Este aumento se deve à produção recorde de soja no Brasil, de 136 milhões de toneladas. As transações mundiais seguem estimadas em 171,4 milhões de toneladas. Os Estados Unidos devem escoar 62,05 milhões de toneladas até agosto/2021, sendo que 91,3% dessa quantidade já saiu dos portos norte-americanos. Diante disso, os estoques de passagem devem ser mais abundantes do que o esperado até o mês passado. O USDA estima estoque global em 87,9 milhões de toneladas, 1,6% superior ao apontado em maio. Entretanto, este volume é 8,8% inferior ao da safra passada. Os estoques de soja nos Estados Unidos subiram 12,5% frente aos indicados em maio, somando 3,66 milhões de toneladas em agosto/2021.

Ainda assim, este é o menor volume desde a temporada 2013/2014. A estimativa de produção global para a safra 2021/2022 foi mantida em 385,52 milhões de toneladas, um recorde caso se concretize. Mas, os estoques finais foram revisados em 92,55 milhões de toneladas, 1,6% acima dos do relatório passado e 5,18% a mais que os da temporada 2020/2021. Nos Estados Unidos, a produção segue apontada em 119,9 milhões de toneladas, no Brasil, em 144 milhões de toneladas, e na Argentina, em 52 milhões de toneladas. Diante da maior oferta, as estimativas são de aumento nos estoques da safra 2021/2022, previstos nos Estados Unidos em 4,22 milhões de toneladas (em agosto/2022), 10,7% superiores aos indicados no mês passado e 15,2% a mais que os de 2020/2021. As produções de derivados seguem estimadas em volumes recordes, de 260,3 milhões de toneladas de farelo de soja e de 62,24 milhões de toneladas de óleo de soja. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.