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09/Jun/2021

Óleo de soja atinge patamar recorde em Chicago

O óleo de soja registrou o maior valor de sua história na Bolsa de Chicago e superou o recorde anterior, visto em 2008. Um quadro ajustado de oferta e demanda global da oleaginosa, somado a planos de aumento na produção de combustíveis renováveis nos Estados Unidos e Europa e a problemas na safra de palma explicam uma alta de 60,78% e de impressionantes 140,63% em 12 meses. O cenário atual está mais acelerado por conta da geração de energia do que para o consumo humano. A busca por fontes renováveis foi o que deu fôlego para a escalada. O biocombustível, particularmente o diesel renovável, é o principal impulsionador do óleo vegetal. A meta do governo Joe Biden é que os Estados Unidos cortem seus níveis de emissão de carbono pela metade até 2030, e o óleo de soja é importante no objetivo, pois representa cerca de 50% da matéria-prima do biodiesel norte-americano.

Os países estão adotando uma pauta mais ‘verde’, e o consumo de combustíveis renováveis tende a aumentar no verão do Hemisfério Norte, especialmente Estados Unidos e Europa. Temendo pressão inflacionária da alta do óleo de soja na economia, o Brasil foi na contramão e decidiu não elevar a mistura de biodiesel ao diesel de 10% para 13% em dois leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o óleo de cozinha subiu 82,3% nos últimos 12 meses, enquanto o diesel avançou 24,5%. À época, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) alertou que decisão incentivaria mais exportações de soja, uma vez que o grão não teria demanda de processamento no País. É o que está acontecendo. As exportações de soja são recordes no acumulado do ano, e uma fatia disso é para a produção de óleo. Outro fator é que o principal concorrente do óleo de soja, o óleo de palma, muito utilizado na Ásia, registrou uma produção menor na última safra por conta de inundações que prejudicaram a colheita na Malásia e na Indonésia, os dois maiores produtores mundiais.

No início do ano, os estoques da Malásia, que é o país formador de preços no mercado internacional, estavam na mínima de 1,26 milhão de toneladas, 37% menos que um ano antes. A oferta tem voltado a crescer, seguindo o padrão sazonal. A estimativa é de que os estoques da Malásia em maio alcançaram o maior nível desde setembro, mas ainda 20% menor do que no mesmo período do ano passado. A procura pelo óleo esbarra também na escassez da soja no mercado, exemplo disso é que o grão atingiu, em maio, seu maior valor desde 2012 na Bolsa de Chicago. Uma vez que a recomposição do rebanho de suínos da China demanda cada vez mais grãos, os estoques globais não são considerados confortáveis. Um alívio, tanto para a oleaginosa quanto para seus subprodutos, está previsto apenas para o início de setembro, com a colheita nos Estados Unidos. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.