31/Mai/2021
A tendência é de preços mais sustentados para a soja no mercado brasileiro, com baixa oferta de produto no disponível, exportações em ritmo acelerado, cotações futuras sustentadas acima dos US$ 15 por bushel na Bolsa de Chicago e dólar oscilando entre R$ 5,35 e R$ 5,35 nos últimos dias. Os preços da soja estão oscilando com certa força. Nos momentos de baixa, os valores são influenciados pelo clima favorável ao avanço do cultivo nos Estados Unidos, à colheita na Argentina e à finalização das atividades de campo no Brasil. As valorizações da soja estão atreladas aos baixos estoques norte-americanos e à retração de produtores brasileiros em comercializar novos volumes no spot. Neste último caso, há grande disparidade entre os valores indicados por compradores e vendedores. Com isso, há um aumento no ritmo de comercialização para entrega no segundo semestre deste ano. Mesmo com o aumento nos prêmios de exportação de soja para embarque em junho, este ainda é inferior aos para embarque nos meses seguintes.
Com base no Porto de Paranaguá (PR), enquanto o prêmio de exportação de soja está cotado a -US$ 0,10 por bushel para embarque em junho/2021, as ofertas com embarque em agosto/2021 estão a +US$ 0,55 por bushel, e em setembro/2021, a +US$ 1,50 por bushel. Para fevereiro/2022, os prêmios estão sendo ofertados a +US$ 0,54 por bushel. No Porto de Paranaguá (PR), a paridade de exportação de soja está em R$ 176,62 por saca de 60 Kg para embarque em junho; R$ 178,28 por saca de 60 Kg para julho; R$ 179,52 por saca de 60 Kg para agosto; e R$ 182,33 por saca de 60 Kg para setembro. Para fevereiro de 2022, a paridade de exportação indica preços a R$ 167,60 por saca de 60 Kg (para este cálculo, foi utilizado o dólar futuro negociado na B3). Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, se mantém praticamente estável, com leve queda de 0,1%, cotado a R$ 173,77 por saca de 60 Kg.
Entre as médias de abril e maio, o Indicador recuou 0,2%. Na comparação com maio de 2020, no entanto, verifica-se forte avanço de 60,1%, em termos nominais. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 0,1% nos últimos sete dias, a R$ 171,68 por saca de 60 Kg, um recorde e com aumentos de 0,5% na comparação mensal e de expressivos 66,1% na anual. Nos últimos sete dias, os valores registram recuo de 1,2% no mercado de balcão (preços pago ao produtor) e de 0,7% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Entre abril e maio, os avanços nas médias são de 0,4% no caso do mercado de balcão e de 1,4% no mercado de lotes. As médias atuais estão respectivamente 86,8% e 83,9% superiores às verificas há um ano. Quanto ao dólar, a média de maio está 4,8% inferior à de abril e 6,0% abaixo da de maio/2020.
Os preços do farelo e do óleo de soja seguem em queda no mercado brasileiro, pressionados pela baixa demanda doméstica. No caso do farelo de soja, os consumidores se mostram abastecidos para curto prazo e têm adquirido lotes da mão para boca, à espera de novos recuos nos valores. Com isso, os preços deste subproduto apresentam queda de 2,3% nos últimos sete dias. A média de maio está 0,6% menor que a média do mês anterior, mas 42,8% superior à de maio/2020. Quanto ao óleo, a reduzida demanda para a produção de biodiesel no Brasil é o principal fator da queda nos preços nacionais. As indústrias alimentícias esperam novos recuos no próximo mês, fundamentadas na expressiva desvalorização nos prêmios de exportação deste coproduto. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra desvalorização de 3,4% nos últimos sete dias.
De abril para maio, a média avançou 3,0%, a R$ 7.654,68 por tonelada, a maior da série histórica, em termos nominais. O clima favorável nos Estados Unidos tem pressionado os contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago por 10 pregões consecutivos. Mas os players aumentaram as aquisições e os preços voltaram a subir. Nos últimos sete dias, os contratos de soja apresentam alta de 0,2%. A média da parcial de maio está 7,4% acima da média de abril e 87% superior à média de maio, a US$ 15,74 por bushel. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 23 de maio, a semeadura de soja havia alcançado 75% da área prevista, avanço de 14% na semana. A semeadura está à frente dos 63% reportados em igual período do ano passado e dos 54% cultivados na média dos últimos cinco anos. Na Argentina, a colheita de soja atingiu 91,4% da área semeada, avanço semanal de 6%. A estimativa de produção da Argentina foi elevada em 500 mil toneladas, para 43,5 milhões de toneladas de soja na temporada 2020/2021. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.