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12/Mai/2021

Poupa-Terra: mais produção sem aumento de área

Segundo a Embrapa, o uso de tecnologias sustentáveis na produção de soja permitiu ao Brasil deixar de abrir 71 milhões de hectares para plantio. Entre essas tecnologias estão sistemas integrados lavoura-pecuária-floresta (ILPF), plantio direto, fixação biológica de nitrogênio, uso de bioinsumos, entre outras. Os resultados foram apresentados na publicação Tecnologias Poupa-Terra 2021. As tecnologias poupa-terra são adotadas pelo setor produtivo, de baixo ou alto custo, e permitem incrementos na produção total em uma mesma área. Graças ao seu uso, evitam a abertura de novas áreas para produção agropecuária.

O Brasil já conta com uma série de sistemas e tecnologias sustentáveis que podem ser consideradas estratégias poupa-terra em franca adoção para os principais sistemas produtivos agropecuários do País. Na safra 2019/2020, a produção de soja foi de 120,9 milhões de toneladas em 36,9 milhões de hectares, o que representa uma produtividade de aproximadamente 3 quilos por hectare. Na década de 1970, sem a tecnologia existente hoje para produção de soja no Brasil, para manter esses índices de produtividade, seria necessário expandir a área em 195%, ou seja, praticamente o triplo do que se utiliza hoje.

Com a ciência e as tecnologias poupa-terra foi possível preservar uma área de 71 milhões de hectares. No caso da avicultura de corte, o estudo aponta que, em 1975, o frango precisava de 2,1 Kg de ração para ganhar 1 Kg de peso vivo. Em 2020, o mesmo quilo de peso foi obtido com 1,7 Kg de ração. Considerando a produtividade atual do milho e soja no País, caso o desenvolvimento tecnológico não tivesse dotado os frangos de maior capacidade de conversão de ração em ganho de peso, a avicultura de corte demandaria um adicional de 1.551.056,40 hectares de terra para entregar o mesmo total de 16,4 milhões de toneladas de peso vivo de frango produzido em 2020.

Na suinocultura comercial brasileira, a melhora na conversão alimentar entre 1975 e 2020 permitiu reduzir o consumo de ração de 3,5 Kg para 2,6 Kg. Sem o aporte tecnológico, seriam necessários 1.007.745,70 hectares de terra para as 5,3 milhões de toneladas de carne suína produzidas atualmente. O estudo, capitaneado pela Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, contou com a participação de mais de 50 pesquisadores e analistas de nove unidades de pesquisa (Agroindústria Tropical, Algodão, Café, Gado de Corte, Mandioca e Fruticultura, Milho e Sorgo, Semiárido, Soja e Suínos e Aves). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.