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10/Mai/2021

Biodiesel: preços poderão recuar no 2º semestre

A Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) afirmou que a questão dos preços elevados da soja, que influencia nos valores do biodiesel, é momentânea e transitória. Com a supersafra no Brasil o setor estará bem abastecido, ainda que as exportações estejam aquecidas. Se o dólar se mantiver em queda, os preços da oleaginosa devem recuar, talvez durante este ano mesmo. É possível ter um segundo semestre, se o dólar estiver mais baixo, com preços de biodiesel mais baixos do que agora. Se o Brasil encontrar uma forma de processar mais soja, vai diminuir o custo do óleo vegetal e do farelo de soja. Criando políticas industriais no Brasil, a indústria ficará forte. Segundo a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), houve uma certa nulidade no repasse aos caminhoneiros da isenção do PIS/Cofins no diesel, em virtude de aumento do preço do diesel A na refinaria anunciado pela Petrobras no mesmo período.

Ainda assim, o preço do diesel chegou a cair na sequência, mas agora, negociando com as distribuidoras, as revendas já não conseguem comprar das três grandes empresas de óleo diesel a preço abaixo de R$ 4,00 por litro. Então, o PIS/Cofins já voltou a compor o preço do produto, e o preço de bomba está entre R$ 4,30 e R$ 4,20 por litro. Ou seja, o caminhoneiro já está pagando mais hoje no preço do diesel. As revendas de combustíveis perderam 40% das suas margens nos últimos 10 anos. Era 14% de margem bruta 10 anos atrás e hoje está em 9,8% (média nacional). Com essas margens tão pequenas, o revendedor não pode servir de um colchão de amortização de preços. A Aprobio informou que ainda não está certificando usinas quanto à qualidade. A entidade está se preparando para a nova forma de comercialização.

A associação também pediu à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no ano passado alterações na especificação para reduzir teores de metais e colocar exigência extra de filtração final. A qualidade do biodiesel tem que ser mantida na cadeia como um todo, desde o refino até abastecer na bomba. A Fecombustíveis defendeu ainda que a Petrobras interrompa a produção do diesel S500, pois considera um absurdo ter que vender diesel S500, com 500 ppm de enxofre. O S10 já está nivelado com o mundo. Este seria momento de a Petrobras reformar as refinarias, porque há muitas da década de 1950 e 1960 que precisam ser modernizadas. A Petrobras também precisa produzir um diesel A de melhor qualidade no caso do S500. A Aprobio afirmou que empresas e empresários do Brasil investiram bastante no programa de biodiesel, porque há uma lei, uma previsibilidade.

No caso do biodiesel, essa previsibilidade tem que ser cumprida. O setor entende que a redução da mistura de biodiesel no diesel de 13% para 10% no leilão 79 foi uma medida extrema. Contudo, o fabricante de biodiesel só tem um mercado para oferecer seu produto: ou vende para o mercado interno ou fecha a fábrica. O Brasil não é competitivo para exportação. Tem um mercado grande de biodiesel no exterior, mas, no País, pelo custo Brasil, o setor não consegue exportar. A Fecombustíveis afirmou que o governo vem fazendo um trabalho junto aos caminhoneiros para mostrar a dificuldade de mexer em impostos no diesel, porque o combustível já é, entre os três usados no Brasil, o que tem menor carga tributária. O problema para os caminhoneiros atualmente não é só o preço do diesel, mas a oferta de trabalho. Há muitos caminhões e pouco frete. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.