06/Mai/2021
Os contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago fecharam em alta nesta quarta-feira (05/05), impulsionados pela demanda firme dentro dos Estados Unidos e pelo recuo do dólar ante o Real. Os ganhos do milho também deram sustentação à oleaginosa. O vencimento julho subiu 4 cents (0,26%) e fechou a US$ 15,42 por bushel. Prêmios significativos estão sendo pagos em grande parte dos Estados Unidos por soja e milho. Um dos motivos são as margens elevadas que os processadores estão recebendo, especialmente na moagem de soja. Muitas fábricas estão relatando margens de esmagamento de US$ 2,00 a US$ 2,50 por bushel. Isso está permitindo que paguem valores elevados pela soja, com prêmios de US$ 1,00 por bushel em relação aos futuros sendo relatados em algumas regiões.
O enfraquecimento do dólar ante o Real também contribuiu para os ganhos, ao desestimular as vendas de soja para exportação no Brasil, em um período em que os estoques norte-americanos estão restritos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) acredita que os estoques ao fim de 2020/2021 serão os menores em sete anos e que a disponibilidade do produto pode seguir limitada na safra 2021/2022. Traders estão prevendo a possibilidade de as exportações semanais de soja e derivados terem queda significativa no relatório que o USDA divulgará nesta quinta-feira (06/05). As exportações da oleaginosa podem totalizar 100 mil toneladas, bem abaixo das 731.500 toneladas relatadas na semana passada. Investidores seguem monitorando as condições climáticas no país, na expectativa de que, conforme avance o plantio das lavouras, a conjuntura da próxima temporada fique mais clara.
Para os próximos dias, as condições no Meio Oeste são diversas. Chuvas esparsas atingiram toda a região nos últimos dias, o que é favorável para as lavouras recém-plantadas. Contudo, temperaturas baixas e geadas no norte e leste na próxima semana podem afetar as plantas que já emergiram. Os ganhos do milho ofereceram suporte adicional às cotações da oleaginosa, ainda sustentados por preocupações com o clima no Brasil. O ritmo rápido plantio nos Estados Unidos, combinado com a alta dos preços das commodities agrícolas, torna provável que produtores encontrarão mais hectares para plantar milho e soja em comparação com as projeções anteriores. O USDA estimou no fim de março 72,32 milhões de hectares combinados de milho e soja em 2021/2022, mas essa área pode ser ainda maior à medida que os tratores cruzam o cinturão agrícola.