05/Mai/2021
A aceleração dos embarques de soja após os atrasos iniciais da colheita levou o Brasil a um recorde de exportação em abril e permitiu ao País superar, no acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o total enviado ao exterior em igual período do ano passado. Até então, no acumulado de 2021, as exportações estavam abaixo de 2020. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) relatou 17,4 milhões de toneladas exportadas, aumento de 17% ante 14,9 milhões de toneladas registradas há um ano. Para o mês de maio, os embarques devem continuar aquecidos do País, de até 15 milhões de toneladas. Se o número se confirmar, pode representar um recorde para o mês, superando os 14,1 milhões de toneladas de maio do ano passado. O número de exportação de abril refletiu o escoamento de volumes que ainda estavam represados com os atrasos nos embarques no começo do ano. Com bastante soja disponível para embarques, isso fez com que o Brasil atingisse um recorde.
A colheita do País atrasou em virtude de a soja ter sido plantada mais tarde após chuvas irregulares no começo da temporada e do excesso de chuvas no período de retirada dos grãos no campo. Em virtude desse atraso na colheita, a quantidade de soja que efetivamente chegou aos portos brasileiros, principalmente em janeiro e fevereiro, foi menor do que a programação de embarques que havia sido preparada pelas tradings, porém, a partir de março a situação começou a se normalizar. Março foi forte, em abril saiu novamente um volume bastante robusto e acreditamos que em maio os embarques também terão boa performance. As exportações do País podem ficar próximas de 14,5 milhões a 15 milhões de toneladas. Com o resultado de abril, o País atingiu recorde de embarques também para os quatro primeiros meses do ano. Está recuperando o atraso que houve no início. No primeiro quadrimestre, o País exportou 33,6 milhões de toneladas, somando os dados divulgados pela Secex com os números consolidados do Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat) até março.
O total é 5% maior do que o observado em igual intervalo de 2020 (31,9 milhões de toneladas, também conforme o Agrostat). Já há soja comercializada para exportação em volume suficiente para cumprir embarques previstos pelo menos até junho. O Brasil está mais competitivo do que os Estados Unidos e tem volume para ser exportado, então o País deve continuar bastante forte principalmente até setembro, antes da entrada da safra norte-americana. A Argentina vem sendo mais competitiva do que o Brasil, mas não tem soja suficiente para suprir o grande volume da demanda mundial. Aproveitando os preços elevados recentes, o produtor brasileiro continua vendendo soja, ainda que dosando a quantidade. Já há bastante volume vendido, mas o Brasil continua comercializando, de pouco em pouco, até mesmo para aproveitar, não vender tudo de uma vez. Os embarques de abril refletem o fato de que já havia muitos navios no line up aguardando para embarcar, mas também a demanda aquecida por soja brasileira. Março foi um mês muito forte, mesmo com os atrasos na colheita.
A demanda pela soja brasileira está forte e já havia vários navios agendados, esperando para carregar. Contudo, os números divulgados no começo do mês são preliminares e ainda podem sofrer ajustes. O dado consolidado de exportação deve ser publicado em até cinco dias úteis. Em abril do ano passado, o acumulado divulgado no começo de maio apontava embarques de 16,3 milhões de toneladas em abril, mas, na apresentação do número final, a exportação do País acabou revisada para 14,9 milhões de toneladas. A maior parte do volume embarcado no mês passado provavelmente corresponde a soja que já havia sido negociada antecipadamente, uma vez que a comercialização no País tem avançado de forma mais lenta. As vendas estão um pouco mais fracas nos últimos meses, mas, considerando a perspectiva de demanda aquecida, acima da produção mundial, a procura pela soja brasileira deve persistir. Até o dia 15 de abril, 69% da safra 2020/2021 do Brasil estava vendida, aumento de 3% ante o mês anterior.
Para os embarques de maio, estão previstos 10 milhões de toneladas e este volume ainda pode crescer. Este é o período em que sazonalmente a soja brasileira é mais competitiva. Os Estados Unidos estão em uma situação de estoques baixos, e a Argentina, que já exporta pouca soja em grão, teve quebra de safra, então a perspectiva é de exportar bastante no mês de maio. O Ministério da Economia destacou que os embarques de soja impulsionaram o recorde de exportações registrado pelo Brasil em abril. O produto respondeu por 27,1% de todas as exportações do mês passado. É destaque ainda o aumento no preço do produto exportado. O preço médio pago pela soja, de US$ 414,10 por tonelada, aumentou 22% em relação aos US$ 338,70 por tonelada de abril do ano passado. A demanda mundial está aquecida por produtos brasileiros no contexto de recuperação econômica em países como China, da União Europeia e Estados Unidos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.