26/Mar/2021
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta quinta-feira (25/03). O mercado passou por uma correção após ter subido nas quatro sessões anteriores e acumulado ganho de 2,9% no período. Na ausência de novidades nos fundamentos, os preços foram novamente influenciados pelo desempenho do óleo de soja, que caiu mais de 4%. O derivado, por sua vez, acompanhou a queda do petróleo e do óleo de palma, que é seu concorrente em alimentação e na fabricação de biodiesel. O óleo de soja também foi pressionado por um movimento de realização de lucros após as altas recentes. O vencimento maio da soja em grão recuou 18,50 cents (1,29%) e fechou a US$ 14,14 por bushel.
Dados de vendas externas dos Estados Unidos vieram mais próximos do piso das estimativas do mercado e pesaram sobre os contratos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), exportadores venderam 101.800 toneladas de soja da safra 2020/2021, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 18 de março. O volume representa queda de 50% ante a semana anterior e de 56% em relação à média das quatro semanas anteriores. Para a temporada 2021/2022, foram vendidas 65 mil toneladas. Traders aguardam agora os relatórios de intenção de plantio e trimestral de estoques, que o USDA publica na próxima quarta-feira (31/03). No mês passado, durante o Fórum de Perspectivas Agrícolas, o USDA projetou uma área de soja de 36,42 milhões de hectares neste ano, o que representa aumento de 2,79 milhões de hectares em relação ao ano passado.
O Conselho Internacional de Grãos (IGC) elevou nesta quinta-feira (25/03) sua estimativa para a produção mundial de soja em 2020/2021, de 360 milhões de toneladas para 361 milhões de toneladas. A previsão de consumo foi aumentada de 365 milhões de toneladas para 367 milhões de toneladas. Os estoques da oleaginosa ficaram inalterados, em 45 milhões de toneladas. Para o Commerzbank, os preços internacionais da soja tendem a continuar oscilando, diante de uma série de incertezas sobre oferta e demanda no médio prazo. O banco cita como exemplos a decisão sobre a área a ser semeada nos Estados Unidos, o ressurgimento da peste suína africana (PSA) na China e a nova política de biocombustíveis a ser adotada pelo governo de Joe Biden.