17/Mar/2021
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a elevação na previsão de produção de soja do Brasil em 2020/2021 reflete a produtividade nas lavouras do País, acima da esperada até o mês passado. Houve pouca variação estimada de área, a variação positiva veio da produtividade. Há também preocupações com chuvas, mas a questão ainda é localizada. A avaliação global é de uma safra muito boa. A associação elevou hoje a sua expectativa de produção de soja do Brasil na safra 2020/2021 de 132,6 milhões de toneladas para 134,8 milhões de toneladas. O novo número representa um recorde. Os problemas na qualidade da safra causados pelas chuvas, como excesso de umidade e grãos avariados, estão no radar da indústria, mas cada empresa tem a sua avaliação individual. É importante lembrar que o padrão de qualidade é definido pelo cliente, tanto na soja quanto no farelo e no óleo, então as indústrias e exportadoras têm que seguir esse padrão, porque também são cobradas por isso. A questão da qualidade e umidade é uma preocupação de todos.
Uma soja mais úmida exige mais horas de secagem para ser processada dentro de padrões predeterminados de qualidade, o que aumenta os custos da indústria com energia e logística interna. E a questão do avariado, dependendo de como está, pode interferir, por exemplo, na solubilidade da proteína e na acidez do óleo. O aumento na previsão de esmagamento de soja de 46,3 milhões de toneladas para 47 milhões de toneladas acompanha a perspectiva de demanda firme tanto por farelo quanto por óleo de soja. Neste ano, a partir de março, houve o aumento da mistura (de biodiesel no diesel) para B13 (13%). Trata-se de um mercado que precisa de mais óleo de soja. No mercado de farelo, há aumento da expectativa de exportação em relação a 2020, com demanda crescente do Sudeste Asiático, da União Europeia e do Reino Unido. No caso do mercado interno, ainda é preciso avaliar como ficaram os estoques dentro da indústria de proteína animal de 2020 para cá. Mas, tudo indica que, com o crescimento da economia este ano e o aumento da demanda por proteínas, também deve haver um aumento importante nas vendas internas de farelo de soja.
O aumento na previsão de exportação de soja de 83 milhões de toneladas para 84 milhões de toneladas reflete a perspectiva de crescimento do apetite chinês. A China é o maior cliente do Brasil e continua aumentando a demanda por soja em grão. Por enquanto, o ressurgimento de casos de peste suína africana (PSA) na China ainda não tem reflexos sobre o comércio da oleaginosa. Os atrasos na exportação em fevereiro não devem prejudicar o volume a ser embarcado pelo Brasil neste ano. Para março, o cenário é de normalização. Como a safra acabou atrasando um pouco por questões climáticas, isso afetou os números de janeiro e fevereiro. Mas, agora, com a safra já sendo recebida, o volume acumulado vai tendendo à normalidade. O País tem capacidade portuária e logística para escoar volumes acima de 10 milhões ou 15 milhões de toneladas. O Brasil já fez volumes assim. Há portos e infraestruturas bastante modernos de recepção e carregamento. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.