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15/Mar/2021

Argentina reduz previsão para a produção de soja

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu em 2 milhões de toneladas sua estimativa de produção de soja na safra 2020/2021, para 44 milhões de toneladas. O saldo negativo das precipitações em fevereiro, junto com as altas temperaturas durante o período de enchimento de grãos nas lavouras implantadas mais cedo, causou perdas irreversíveis no rendimento esperado nas principais zonas de cultivo. A parcela da safra em condição boa ou excelente diminuiu de 10% para 6% na semana. A parcela em condição regular ou ruim aumentou de 20% para 31%. No dia 11 de março, a Bolsa de Cereais de Rosario já havia reduzido a previsão de produção de soja na Argentina em 2020/2021 de 49 milhões de toneladas para 45 milhões de toneladas. A possibilidade de obtenção de 49 milhões de toneladas de soja, estimada em fevereiro, ficou para trás. O ciclo da soja voltou a sofrer um revés nas condições climáticas e a partir de fevereiro passou por condições extremamente secas.

Com solos que ficaram sem reservas para a soja de segunda safra, esta foi a lavoura mais afetada. Em fevereiro e nos primeiros dez dias de março grande parte da região central, especialmente a parte leste, não teve chuvas expressivas. As perdas de produção e de área semeada são muito graves. Ainda não é possível estimar o piso de produção com que terminará esta safra de soja se a falta de água se estender. A projeção é de que 850 mil hectares serão perdidos devido à falta de umidade, a maioria de soja de 2ª safra. Após o crescimento da área de trigo, a soja de 2ª safra ocupa quase 5,3 milhões de hectares neste ano (31% da área total de soja no país). Por esse motivo, a queda na produtividade é sentida nas médias, principalmente no lado leste da Argentina. Houve queda no rendimento previsto em Santa Fe, Buenos Aires, Entre Rios e La Pampa. A redução na previsão para safra de soja 2020/2021 não é sinônimo de baixa da oferta por causa do estoque de passagem da safra anterior 2019/2020.

É preciso considerar que a oferta total da oleaginosa será maior do que as últimas estimativas projetam, porque sobram cerca de 8,5 milhões de toneladas do ciclo 2019/2020. As paralisações no transporte e os conflitos sindicais nos portos e indústrias durante o mês de dezembro reduziram a moagem de soja para apenas 800 mil toneladas naquele mês, ante os 3 milhões que são processados normalmente. Essa diferença não foi recuperada até março e, por isso, entre outros fatores, a moagem anual caiu de 38,5 milhões para 35,5 milhões de toneladas. Os 6 milhões restantes estão nas mãos de industriais, exportadores e produtores, e perfazem um volume um pouco acima dos 4,5 milhões de toneladas que permanecem como estoque em um ano normal. Fonte: Agência Estado e La Nación. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.