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04/Mar/2021

Brasil deve acelerar exportações a partir de março

O atraso na colheita de soja brasileira e nos embarques ao exterior em fevereiro vai colocar pressão para que o Brasil exporte volumes expressivos, em torno de 15 milhões de toneladas por mês em março, abril e maio. O Brasil plantou tarde e a colheita atrasou por causa das chuvas. Isso está empurrando os embarques de fevereiro para março. O País vai exportar em março, abril e maio um recorde. O volume exportado em fevereiro ficou abaixo do previsto nos line-ups, que indicavam cerca de 8 milhões de toneladas.

Isso empurra o mês de março para uma exportação de pelo menos 15 milhões a 16 milhões de toneladas. Há capacidade logística para isso, já que no passado o País já exportou volume similar. Mas, ao mesmo tempo, isso obrigará o País a exportar, em março, abril e maio, 15 milhões de toneladas ao mês. A exportação de soja está concentrada nos portos Miritituba (PA), Santos (SP) e Paranaguá (PR). Qualquer problema aumentará muito o tempo de espera nos portos do Brasil.

A possibilidade de greves que afetem o escoamento, como uma paralisação de caminhoneiros, também representa um risco para atingir esses volumes. Caso o Brasil tenha problemas para escoar os volumes previstos, a demanda pode se deslocar pontualmente para os Estados Unidos, ainda que o país esteja com estoques reduzidos. Será necessária uma grande área plantada de soja nos Estados Unidos em 2021/2022 para pressionar as cotações internacionais.

A demanda da China é firme e isso vai manter os preços sustentados até a chegada das safras da América do Sul e, depois, dos Estados Unidos. Quanto à oferta na América do Sul, a maior preocupação neste momento é a Argentina. Além de não chover o suficiente, as temperaturas na Argentina estão subindo. Isso vai acelerar o estresse das lavouras. A região sul do Rio Grande do Sul também está numa condição similar à da Argentina, com poucas chuvas e temperaturas em elevação.

Enquanto isso, umidade excessiva em estados como Mato Grosso e Goiás tem atrapalhado a colheita. Os estoques de soja nos três maiores produtores (Estados Unidos, Brasil e Argentina) estão no nível mais baixo em 24 anos, e isso sem considerar prejuízos extras daqui para frente no Brasil e na Argentina. Isso provavelmente acontecerá se o clima continuar adverso em Mato Grosso e na Argentina como está atualmente. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.