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01/Mar/2021

Tendência é de alta da soja no mercado brasileiro

No mercado interno, a tendência é altista para os preços da soja, com as cotações futuras sustentadas acima do patamar de US$ 14 por bushel, dólar em patamares elevados, expressiva parcela da colheita atual já negociada antecipadamente, demanda internacional aquecida e consumo interno firme, tanto para o farelo quanto para o óleo de soja. A colheita de soja ganhou ritmo no Paraná e na Região Centro-Oeste. Aos poucos, uma parcela maior das lavouras vai entrando em fase de maturação, e a baixa umidade permite o avanço dos trabalhos de campo. O ritmo só não é mais intenso devido à baixa oferta de defensivos químicos para dessecação das lavouras. A maior oferta já tem resultado em novas negociações da oleaginosa no mercado spot, mesmo que pontuais, uma vez que grande parte da produção esperada está comprometida via contratos a termo. A colheita da soja está próxima de 20% no Brasil. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que, até o dia 19 de fevereiro, 15,5% da área de soja havia sido colhida no Brasil.

Os percentuais de área colhida são de 36% em Mato Grosso, 12% em Mato Grosso do Sul, 13% em Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina, 15% em Tocantins e de 5% no Paraná, no Maranhão e na Bahia. Em linha com o reportado pela Conab, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indica que a colheita em Mato Grosso somava 34,5% até o dia 19 de fevereiro. As atividades haviam alcançado 50% nas regiões de Sorriso e Sinop até o dia 25 de fevereiro. No Paraná, o Deral indica que 8% da área de soja havia sido colhida até o dia 22 de fevereiro, mas que já há 46% das lavouras em fase de maturação, com 80% das lavouras em boas condições. Os municípios de Pato Branco e Francisco Beltrão estão com os maiores percentuais de lavouras colhidas, de 32% e 22%, respectivamente. As atividades nas regiões norte e oeste do Paraná estão se acelerando aos poucos. Segundo dados da Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), há baixa probabilidade de chuvas no Sul do Brasil nos próximos dias, o que pode intensificar o ritmo dos trabalhos de campo.

Entretanto, índices pluviométricos maiores estão previstos para as Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte do País, o que pode dificultar a colheita de soja e a semeadura de milho nessas áreas. As chuvas podem afetar também os embarques da oleaginosa. As filas de navios nos portos brasileiros já têm deixado as tradings receosas quanto ao pagamento de multas, enquanto a baixa oferta de caminhões tem elevado o frete rodoviário desde o início do mês. Por conta disso, muitos produtores estão negociando soja para entrega apenas a partir de abril. Os prêmios de exportação de soja estão recuando no Brasil. Para embarque em abril, no Porto de Paranaguá (PR), os compradores indicam -US$ 0,05 por bushel. Na semana anterior, as ofertas estavam em +US$ 0,20 por bushel. Mesmo assim, os preços no mercado spot estão avançando, influenciados pela firme demanda e pela baixa disponibilidade interna, visto que a colheita ainda está ganhando ritmo.

A alta nas cotações domésticas está atrelada também às valorizações externa e cambial. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 1,9%, cotado a R$ 166,74 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 1,5% nos últimos sete dias, a R$ 160,30 por saca de 60 Kg. No comparativo entre as médias de janeiro e fevereiro/2021, os preços do grão cederam 1,4% e 0,9% para os respectivos Indicadores. Nos últimos sete dias, os valores da soja registram valorização de 1,1% tanto no mercado de balcão (produto pago direto ao produtor) quanto no mercado de lotes (negociação entre empresas). Em fevereiro, as cotações subiram, em média, 2,2%.

Diante das expectativas de aumento da oferta de farelo de soja, os preços deste subproduto registram baixa de 2,3% nos últimos sete dias. Entretanto, na média de fevereiro, as cotações superaram em 3,1% os preços de janeiro. Inclusive, as regiões de Campinas (SP) e Mogiana (SP), Passo Fundo (RS) e Ijuí (RS), Chapecó (SC) e a região norte do Paraná registraram, na média de fevereiro, patamares recordes reais (valores deflacionados pelo IGP-DI). A demanda por óleo de soja voltou a crescer, influenciada pelo aumento da produção de biodiesel. Com isso, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS incluso) registra alta de 3,1% nos últimos sete dias. Na média do mês de fevereiro, no entanto, a queda é de 2,3%. Na Bolsa de Chicago, os preços futuros da soja seguem sustentados pela firme demanda por óleo de soja.

O contrato de primeiro vencimento do óleo de soja apresenta significativa alta de 7,4% nos últimos sete dias, cotado a US$ 1.095,02 por tonelada. No dia 24 de fevereiro, o contrato desse produto atingiu o maior valor nominal desde 2 de abril de 2013, a US$ 1.102,96 por tonelada. Diante disso, em fevereiro, os preços futuros do óleo de soja subiram 6,8%. Para a soja em grãos, o contrato Março/2021 registra valorização de 2,3% nos últimos sete dias, mantendo-se acima do patamar de US$ 14 por bushel. Em fevereiro, os preços ficaram 0,6% superiores aos de janeiro. Os futuros do farelo de soja acumulam recuo de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 467,49 por tonelada. Em fevereiro, o produto se desvalorizou 3,1% sobre janeiro. A queda esteve atrelada às expectativas de maior processamento do grão nos Estados Unidos, para elevar a oferta de óleo de soja. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.