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24/Fev/2021

Atraso na colheita afeta milho 2ª safra e logística

Os atrasos na colheita da soja 2020/2021 do Brasil podem afetar a qualidade dos grãos da oleaginosa e o calendário de plantio do milho 2ª safra de 2021, além de colocar à prova o sistema logístico brasileiro. O ritmo de colheita é lento na Região Centro-Oeste, onde chove praticamente todos os dias desde o início do ano, em especial em Mato Grosso, e os produtores colhem com grande dificuldade, na maioria das vezes, com mais umidade do que o ideal. Mais do que representar risco de perda de produtividade na Região Centro-Oeste, as chuvas podem ocasionar perdas de qualidade em lavouras de soja que estão ficando prontas, mas que não conseguem ser colhidas na velocidade adequada. O prejuízo maior é em qualidade (de soja) e no plantio do milho, que acaba sendo bastante afetado.

Problemas de qualidade podem gerar descontos ao produtor na hora de entregar a soja. O produtor poderá ter de misturar soja prejudicada por excesso de umidade com grãos de maior qualidade, o que é permitido, para poder atender ao padrão de compra exigido. Com relação ao milho, ainda que o atraso da colheita de soja protele ainda mais a janela de semeadura do cereal, os produtores tendem a manter suas intenções de plantio. Essas duas semanas são decisivas tanto para o plantio quanto para o potencial dessa safra. Por enquanto, a expectativa não é de grande mudança no quadro climático no Centro-Oeste. O cenário continua sendo o mesmo: começa o dia com um período bastante limpo, só que no fim da tarde chegam as pancadas de chuva.

Então, não é que produtor não esteja colhendo soja, ele colhe todo dia um pouco, mas não com a velocidade desejada. Contudo, assim como foi observado um ritmo de plantio de soja bastante acelerado nos períodos que o clima permitiu, os produtores têm capacidade operacional elevada para fazer o mesmo na colheita. O atraso na colheita de soja também afeta a logística de movimentação da produção, não só nos portos como no interior do País. Tem uma preocupação com a logística como um todo, seja a de colher e tirar essa soja de caminhão até o armazém, seja a do armazém de receber toda essa soja, um volume maior em menos tempo, e ainda uma soja mais úmida, que tem que passar por secador. Também é um desafio pensando no escoamento até os portos e exportação.

Para fevereiro, havia uma expectativa em termos de volume de exportação e isso não ocorreu. Além do atraso na chegada dos grãos aos portos, a chuva afetou o próprio carregamento dos navios nos terminais. Entretanto, não deve haver redução do volume exportado pelo Brasil em 2021 em virtude dos atrasos, mas haverá turbulências. Se em fevereiro era para o Brasil exportar pelo menos 2 milhões de toneladas a mais do que exportou e não foi possível, isso joga esses embarques para março. E assim por diante. O volume a ser embarcado ao exterior não tende a mudar porque a demanda por soja segue muito forte no mercado internacional. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.