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25/Jan/2021

Tendência é de sustentação para os preços da soja

A tendência é de sustentação dos os preços da soja no mercado brasileiro, ao longo deste primeiro semestre de 2021, com grande parte da atual colheita (60%) comercializada antecipadamente no Brasil, forte demanda de importação por parte da China, permanência dos riscos climáticos para a safra da América do Sul, dólar voltando a subir para próximo de R$ 5,50 e cotações futuras sustentadas acima dos US$ 13 por bushel na Bolsa de Chicago. Além desses fatores, a demanda interna por parte das esmagadoras está aquecida e a mistura do biodiesel no diesel passará a ser de 12% para 13% (B13) a partir de março, o que exigirá maior uso de óleo de soja. 70% a 75% da produção brasileira de biodiesel têm como matéria prima o óleo de soja. Os consumidores brasileiros de farelo de soja indicam ter necessidade de adquirir novos volumes no curto prazo. Entretanto, as indústrias nacionais estão resistentes nas vendas envolvendo grandes lotes, uma vez, que, além de a oferta ser baixa, a colheita tardia da soja deve retardar a entrega do grão às processadoras.

Esse cenário elevou os prêmios de exportação do farelo de soja para os maiores patamares em 11 anos, quando considerados os meses de janeiro de anos anteriores. E, de forma inédita, as negociações de farelo de soja para embarque em fevereiro e março de 2022 também já se iniciaram. Com isso, as cotações de farelo de soja registram alta de 1,9% nos últimos sete dias. Vale ressaltar que dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam demanda recorde em 2021, tanto por consumidores brasileiros quanto internacionais. Outro fator que dá sustentação aos valores do derivado de soja é o bloqueio de caminhoneiros nas estradas da Argentina, que tende a atrapalhar os embarques no país vizinho, principal exportador global de farelo de soja. Quanto ao óleo, os prêmios de exportação e os valores domésticos estão cedendo neste início de ano, após terem registrado patamares recordes em 2020. Algumas indústrias que estavam fora do mercado no último bimestre de 2020 voltaram a ofertar novos volumes do derivado.

Os compradores, por sua vez, atentos a este cenário e à proximidade da intensificação da colheita da soja, se afastam das aquisições, à espera de preços menores. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra recuo de 4,6% nos últimos sete dias, para R$ 5.938,02 por tonelada. Vale ressaltar que, atualmente, o valor deste coproduto está 62,7% superior ao registrado há um ano, em termos nominais. Mesmo com a queda externa, os preços da soja grãos estão firmes no mercado brasileiro, sustentados pela alta nos prêmios de exportação e pela valorização do dólar. Na Bolsa de Chicago, o contrato Março/2021 da oleaginosa registra recuo de significativos 4,6% nos últimos sete dias, indo para US$ 13,70 por bushel. Para o farelo de soja, o mesmo vencimento apresenta forte queda de 5,7% nos últimos sete dias, para US$ 483,03 por tonelada. O contrato Março/2021 do óleo de soja acumula desvalorização de 1,2% no mesmo período, caindo para US$ 942,47 por tonelada. Diante da desvalorização externa, os prêmios de exportação de soja subiram no Brasil.

O prêmio para embarque em fevereiro/2021, com base no Porto de Paranaguá (PR) está cotado a +US$ 0,60 por bushel. O preço FOB da soja para embarque em fevereiro registra recuo de 3,5%. Ainda assim, a paridade de exportação de soja indica preços a R$ 171,93 por saca de 60 Kg para fevereiro, acima do negociado no mercado spot. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, se mantém estável, cotado a R$ 170,11 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra leve alta de 0,1% nos últimos sete dias, a R$ 167,15 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os valores da soja registram baixa de 0,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor), mas avanço de 0,2% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No campo, as recentes chuvas beneficiaram as lavouras em desenvolvimento em praticamente todo o País. Entretanto, alguns produtores de São Paulo e Minas Gerais relatam que as frequentes precipitações têm dificultado a colheita.

No Paraná, as atividades estão em ritmo lento, mas devem ser intensificadas nas próximas semanas. 83% das lavouras semeadas estão em boas condições, 14%, em médias e somente 3% estão em condições ruins. Além disso, 4% das lavouras estão em estágio de maturação, 55%, em frutificação, 36%, em floração e 5%, em desenvolvimento vegetativo. Na região oeste do Paraná, os produtores já estão iniciando a colheita. Em Mato Grosso, a pouca área colhida tem apresentado baixa produtividade. Porém, a expectava é de melhora nesse rendimento, à medida que as atividades avançarem. Segundo a Embrapa, até o dia 19 de janeiro, foram registrados 42 focos de ferrugem asiática no Brasil, sendo 18 deles no Paraná. No mesmo período do ano passado, eram 63 focos do fungo em lavouras brasileiras. Na Argentina, a semeadura está na reta final, somando 98,6% da área. As recentes chuvas na região norte da área agrícola favoreceram as lavouras. Nos locais em que o desenvolvimento está mais avançado, as plântulas estão em um período crítico de formação de vagens. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.