16/Dez/2020

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta nesta terça-feira (15/12). Os ganhos foram sustentados em parte pelo enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as vendas externas brasileiras. O Brasil é o principal concorrente dos Estados Unidos no mercado de exportação do grão. O vencimento janeiro subiu 14,75 cents (1,26%) e fechou a US$ 11,84 por bushel. Os ganhos foram acentuados por dados de moagem nos Estados Unidos. A indústria norte-americana processou cerca de 4,93 milhões de toneladas de soja em novembro, segundo levantamento divulgado pela Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (Nopa). O volume é recorde para o mês e o terceiro maior já reportado pela entidade, superando também as projeções de analistas. Mesmo assim, ainda ficou 108,87 mil toneladas, ou 2,26%, abaixo do reportado para o mês de outubro, de 5,04 milhões de toneladas.

O desempenho do farelo de soja, que subiu quase 2%, também deu algum suporte aos preços do grão. O derivado foi impulsionado pela greve de trabalhadores na Argentina, que paralisou as atividades em todos os portos do país. A Argentina é o maior exportador mundial de farelo. Os preços da oleaginosa acumulam valorização de 2,73% nas últimas três sessões, com chuvas abaixo do esperado na América do Sul e a perspectiva de estoques apertados nos Estados Unidos. Porém, traders sentem a ausência de novidades do lado da demanda externa nos últimos dias. O mercado ainda é direcionado principalmente pela demanda, e o otimismo de investidores diminuiu após o relatório mensal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), publicado no dia 10 de dezembro.

Os números do USDA não alimentaram as expectativas dos que apostavam na soja a US$ 13,00 por bushel. Embora o relatório não tenha sido tão altista quanto muitos esperavam, também não foi baixista. A estimativa para estoques de soja nos Estados Unidos ao fim da temporada 2020/2021 foi reduzida de 5,17 milhões de toneladas para 4,76 milhões de toneladas. Mesmo assim, caso se confirme, este será o menor volume desde o ciclo 2013/2014. Quanto ao clima no Brasil, a previsão é de chuvas na Região Sul do País na próxima semana, o que deve favorecer as lavouras de soja e milho. Áreas centrais e do Norte devem ter apenas chuvas fracas mais perto do fim desta semana. Na Argentina, áreas do norte do país devem ter precipitações nesta semana. Chuvas mais distribuídas só devem ocorrer no fim de semana, e serão importantes para aliviar um pouco a seca.