04/Dez/2020

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta nesta quinta-feira (03/12). O desempenho refletiu o enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as vendas externas brasileiras. A tendência é de queda da moeda norte-americana ante o Real, o que deve ter implicações para commodities das quais o Brasil é grande exportador, como a soja. Isso deve desacelerar o ritmo das vendas externas (os embarques devem continuar fortes por algum tempo), o que não seria uma surpresa, tendo em vista que eles anteciparam vendas e exportações o máximo possível após o enfraquecimento do Real.

O vencimento janeiro da oleaginosa subiu 15,25 cents (1,32%) e fechou a US$ 11,68 por bushel. Os preços também passaram por uma correção, após terem recuado nas três sessões anteriores e acumulado perda de 3,25% no período. O mercado pode ficar sem novidades altistas nos fundamentos por várias semanas. A previsão de chuvas nas principais áreas de cultivo da América do Sul pesa sobre as cotações. Se as chuvas generalizadas que estão previstas de fato se concretizarem no Brasil, poderão impulsionar o desenvolvimento das mudas de soja, que até agora vinham sofrendo com a estiagem, que já havia atrasado a semeadura.

Dados semanais de vendas externas dos Estados Unidos vieram no piso das estimativas do mercado. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou nesta quinta-feira (03/12) que exportadores venderam 406.900 toneladas de soja da safra 2020/2021, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 26 de novembro. O volume é novamente o menor do ano comercial e representa queda de 47% ante a semana anterior e de 68% em relação à média das quatro semanas anteriores.