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01/Dez/2020

Futuros recuam com chuvas em regiões do Brasil

Os futuros de soja na Bolsa de Chicago fecharam em baixa de mais de 1% nesta segunda-feira (30/11), reagindo às condições climáticas mais favoráveis no Brasil, à queda nos embarques dos Estados Unidos e a um movimento de vendas técnicas. A soja para janeiro, contrato mais líquido, caiu 23,25 cents (1,95%) e fechou a US$ 11,68 por bushel. As lavouras do Brasil, principal concorrente dos Estados Unidos no mercado da oleaginosa, vinham sendo prejudicadas pelo clima seco, com possibilidade de redução na produtividade, o que estimularia demanda pela oleaginosa norte-americana. Segundo a Somar Meteorologia, os três Estados da Região Sul receberam chuvas, assim como partes de São Paulo e de Mato Grosso do Sul. Para esta terça-feira (1º/12), o tempo segue instável na Região Sul, com possibilidade de chuva forte no Paraná.

Temporais também ocorrem em Santa Catarina, mas em menor volume. No Rio Grande do Sul, o dia começa com chuva no centro-norte do Estado, mas a precipitação perde força à tarde. São esperados temporais também em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Chove nesta terça-feira (1º/12) no oeste e sul de Mato Grosso. Nas demais áreas de Mato Grosso o tempo firme predomina, assim como em Goiás. As chuvas beneficiaram o cultivo no Rio Grande do Sul, mas a irregularidade de umidade no Paraná e em Mato Grosso pode voltar a ameaçar a soja plantada nessas regiões. A preocupação com esse período mais seco (algo pouco usual nesta época do ano) só não é maior porque, como o plantio foi feito com atraso, a maior parte das lavouras ainda está em período vegetativo ou no início da fase reprodutiva, quando o impacto do clima desfavorável sobre o potencial produtivo é menor do que na formação de vagens e enchimento de grãos.

A demanda externa pelos grãos norte-americanos continua no radar dos investidores. No relatório semanal de inspeção nos portos dos Estados Unidos, publicado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o volume de soja embarcado na semana encerrada em 26 de novembro foi de 2,036 milhões de toneladas, queda de 8,83% ante a semana anterior, mas ainda 29,16% acima do observado um ano antes. A China continua sendo o maior destino, com 1,67 milhão de toneladas. Na sexta-feira (27/11), o USDA havia reportado volume de venda de soja dos Estados Unidos para exportação 42% menor na comparação semanal. Os dados recentes de exportação dos Estados Unidos foram decepcionantes. Segundo o USDA, foram vendidas ao exterior 768 mil toneladas de soja na semana até 19 de novembro, a menor quantidade em qualquer semana da temporada 2020/2021, que começou em setembro.

As exportações estão perceptivelmente menos dinâmicas. Embora a China continue a ser o principal cliente dos Estados Unidos, há relatos de que a o país asiático pode cancelar alguns dos pedidos porque os preços mais altos tornam a soja menos atrativa para processamento na China. O potencial de alta para o preço da soja, portanto, parece limitado. O mercado também passou por vendas técnicas após traders não conseguirem novamente empurrar o contrato mais líquido para além da barreira de US$ 12,00 por bushel. Na máxima, a soja para janeiro bateu em US$ 11,99 por bushel. A tendência para os grãos ainda é de alta, e a perspectiva é de sustentação, mas há uma grande posição comprada de especuladores suscetível à realização de lucros antes do fim do ano.