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27/Nov/2020

RS e SC: perdas na safra de soja com a estiagem

Apesar da chegada de alguma chuva nesta quinta-feira (26/11), Rio Grande do Sul e Santa Catarina são os Estados que registram a situação mais grave trazida pelas adversidades climáticas para a produção agropecuária. Algumas precipitações começaram a ser observadas pelos produtores rurais, porém, sua preocupação maior se dá com os próximos meses e com volumes que precisam ser consideravelmente maiores para corrigir o severo déficit hídrico nos dois Estados. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) fez alertas de tempestade para ambos os Estados nesta quinta-feira (26/11). Chuva entre 20 mm e 30 mm/h ou até 50 mm/dia, ventos intensos (40-60 Km/h), e queda de granizo. As previsões indicam chuvas intensas até esta sexta-feira (27/11) em toda a região.

Para o Rio Grande do Sul, são esperados volumes de 40 mm a 60 mm algumas regiões e, nas demais, de 20 mm a 40 mm. Para Santa Catarina, aumentam as áreas de instabilidade, com previsões de acumulados de até 30 mm no leste e centro-sul. De acordo com a última estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de soja do Rio Grande do Sul deverá ser de 19,958 milhões de toneladas e a de Santa Catarina, 2,409 milhões de toneladas. Em ambos os casos, principalmente em Santa Catarina, todo este potencial não deverá ser alcançado. No Rio Grande do Sul, até o dia 25 de novembro, foram 31 dias sem chuvas. O plantio estava praticamente paralisado, alguns arriscavam plantar no seco com a esperança de que chovesse. Nesta madrugada (26/11), a chuva chegou a 20 mm, o que vai permitir a retomada do plantio.

A situação continua sendo monitorada e se acredita que, do que já foi plantado, possa haver uma necessidade de replantio da ordem de 30%. A expectativa é de que, com a chuva ocorrida, será possível recuperar. O tempo ainda é hábil e o retorno das chuvas pode favorecer o plantio. Na quarta-feira (25/11), o calor atingiu 41ºC, houve diversos incêndios, áreas grandes de soja queimaram. Os produtores torcem para que as chuvas retomem a regularidade. Há ainda pontos do Estado em que as chuvas não chegaram e os produtores estão apreensivos e ansiosos para darem início aos trabalhos de campo, mas necessitam dessa umidade. Segundo a Aprosoja-RS, as expectativas iniciais de que o Rio Grande do Sul pudesse colher mais de 20 milhões de toneladas de soja este ano ficaram para trás, porém, com uma janela ainda boa para a semeadura no Estado, é cedo para estimar perdas efetivas na safra 2020/2021.

Mas, é evidente que já houve prejuízo. Há lavouras que foram semeadas depois de 20 setembro e que já se percebe que estão sob condição de stress. E quando chover, ela vai crescer um pouco, colocar flor e vai antecipar seu ciclo para se salvar. Por enquanto, é muito cedo para se fazer uma avaliação. Para o milho safra de verão (1ª safra 2020/2021), as perdas já se mostram mais consolidadas nas áreas sem pivôs, e o estimado é de que já haja um prejuízo de ao menos 70%. Santa Catarina já está contabilizando perdas consideráveis na produção agropecuária ao passo em que registra uma das mais severas estiagens da história para o estado, segundo Federação de Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc). O plantio da soja está quase finalizado, há algo de germinação da soja, mas as perdas já são de pelo menos 20%.

A seca é muito severa e atinge até mesmo a água que está no subsolo. As previsões não são nada animadoras. No extremo oeste do Estado, a situação se agrava dia após dia. Além da falta de chuvas e deste desgaste hídrico, as temperaturas são muito altas e as pancadas de chuva, quando chegam, muitas vezes vêm acompanhadas de granizo e rajadas de vento, o que causa problemas ainda mais sérios. Para o milho, os danos já são mais consolidados e há lavouras com perdas de até 100%. Sentem ainda as produções de leite, tabaco, frutas e a avicultura. A entidade está orientando os produtores a acionarem o seguro, o que já está acontecendo. Trata-se de uma seca duradoura, complexa e cíclica. Fonte: Notícias Agrícolas. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.