ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

23/Nov/2020

Tendência de sustentação do preço no longo prazo

A tendência é de sustentação dos preços da soja no longo prazo. Com as cotações futuras em alta, grande parte (60%) da safra brasileira 2020/2021 já comercializados, demanda internacional aquecida, fortes exportações dos Estados Unidos para a Chinas, somente uma forte queda do dólar ante o Real poderia provocar quedas mais acentuadas dos preços do grão no mercado interno. Chuvas em muitas regiões produtoras aliviaram os produtores brasileiros, que temiam que o tempo seco prejudicasse fortemente a safra. Os volumes de precipitações, no entanto, têm sido distintos dentre as localidades. Na Região Sul do País, especialmente no Paraná, em São Paulo e em Mato Grosso do Sul, ainda que as chuvas tenham ficado abaixo do esperado, já auxiliam na recuperação do desenvolvimento das lavouras. Além disso, essa recente umidade deve permitir o replantio e a finalização do cultivo.

Na Região Centro-Oeste, as precipitações são irregulares e, com isso, produtores estão à espera de chuvas em maior intensidade nos próximos dias. No Paraná, o plantio havia alcançado 92% da área estimada até dia 17 de novembro. No Rio Grande do Sul, o cultivo está em 35%, contra 45% na safra anterior e 46% na média de 2016 a 2020. Em Mato Grosso, os trabalhos de campo estão praticamente finalizados. Até o dia 13 de novembro, 94% da área havia sido cultivada no Estado. Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no dia 16 de novembro mostram que o semeio de soja no Brasil havia atingido 69,5% até a data, sendo 31% da área semeada no Rio Grande do Sul; 35% no Maranhão; 35% no Piauí; 35% na Bahia; 53% em Santa Catarina; 55% em Tocantins; 60% em Minas Gerais; 68% em São Paulo; 73% em Goiás; 84% no Paraná; 87,5% em Mato Grosso do Sul e 92,3% em Mato Grosso.

Na Argentina, as recentes chuvas também beneficiaram as áreas implantadas. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, até o dia 19 de novembro, o semeio de soja havia atingido 28,8% da área estimada em 17,2 milhões de hectares. Nos Estados Unidos, a colheita que está quase finalizada. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 15 de novembro, 96% da área já havia sido colhida, acima dos 86% em igual período de 2019 e dos 93% na média dos últimos cinco anos. A comercialização segue lenta em muitas regiões brasileiras. Além de grande parte da safra já ter sido negociada: em Mato Grosso, 66% da produção esperada está comprometida e, no Paraná, 50%, as incertezas relacionadas ao tamanho da safra limitam a liquidez. Outros fatores que também reduzem o ritmo de negócios são as recentes oscilações do dólar e a diferença entre os preços praticados no mercado brasileiro. Os valores no spot e os para entrega da soja no início de 2021 estão distantes e, em algumas regiões do interior do País, operam atipicamente acima dos observados nos portos.

No porto, a soja é negociada acima de R$ 160,00 por saca de 60 Kg e a paridade de exportação indica preços em torno de R$ 140,00 por saca de 60 Kg para 2021 e de R$ 130,00 por saca de 60 Kg para 2022. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 0,2%, cotado a R$ 164,02 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 1% nos últimos sete dias, a R$ 163,96 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os valores da soja registram queda de 0,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,8% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na Bolsa de Chicago, o contrato Janeiro/2021 da oleaginosa apresenta valorização de 2,8% nos últimos sete dias, a US$ 11,77 por bushel, o maior valor nominal desde 10 de junho de 2016. Esta alta se deve à demanda externa aquecida, especialmente por parte da China.

Nesta temporada (setembro/2020 a novembro/2020), as exportações da oleaginosa norte-americana já superam em 78,3% o volume escoado no mesmo período da safra passada, somando 22,18 milhões de toneladas de soja. Os preços de farelo de soja registram alta de 1,3% nos últimos sete dias, ainda influenciados pela baixa oferta e pela firme demanda doméstica. Os preços de óleo de soja acumulam queda no período, pressionados pelo aumento na importação desse subproduto. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), o valor apresenta recuo de 3,3% nos últimos sete dias, a R$ 6.768,35 por tonelada. Ainda assim, a oferta de óleo no mercado interno é baixa, o que vem mantendo os prêmios de exportação elevados, mesmo com a alta externa. O contrato Dezembro/2020 do óleo de soja na Bolsa de Chicago registra significativa alta de 4,8% nos últimos sete dias, a US$ 855,61 por tonelada, o maior desde 1º de julho de 2014, para um contrato de primeiro vencimento. Quanto ao farelo de soja, a alta é de 1,4% no mesmo comparativo, a US$ 433,98 por tonelada). No dia 17 de novembro, o contrato de primeiro vencimento do farelo registrou o patamar nominal desde 3 de maio de 2018. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.