18/Nov/2020

Os contratos futuros de soja fecharam em alta nesta terça-feira (17/11) na Bolsa de Chicago, ainda sustentados pela percepção de demanda aquecida pela oleaginosa norte-americana e por preocupações com o clima na América do Sul. Os preços atingiram o maior nível desde junho de 2016. O vencimento janeiro subiu 16,25 cents (1,41%) e fechou a US$ 11,69 por bushel. A demanda por soja dos Estados Unidos não parece estar sendo reduzida pelos preços nos níveis atuais. O clima preocupante da América do Sul, junto com a falta de racionamento de demanda, tem feito com que os preços dos grãos subam. As cotações podem ultrapassar as máximas de 2016 graças ao suporte da forte demanda externa por soja e produtos relacionados, como óleo de soja. Na segunda-feira (16/11), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que o país embarcou ao exterior 22,181 milhões de toneladas desde 1º de setembro, 78,3% acima de igual período do ciclo anterior.

A alta da soja também refletiu o posicionamento de fundos de investimento. O levantamento semanal da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) mostrou que houve um aumento nas apostas na alta dos preços de soja na Bolsa de Chicago na semana encerrada no dia 10 de novembro, com a posição líquida comprada tendo aumentado 8,2% no período, passando de 204.276 para 221.094 lotes. Contudo, o resultado surpreendeu o mercado, que esperava uma alta maior. Isso deixa mais espaço para os fundos adicionarem posições, algo que o mercado não esperava. O clima na América do Sul continua sendo monitorado por traders, com a irregularidade das chuvas ameaçando lavouras de soja e milho, especialmente no Brasil. Caso haja uma quebra na safra brasileira, a demanda por esses produtos pode ser deslocada para os Estados Unidos.

Segundo a meteorologia, há previsão de chuvas de volumes variados para o País, mas os acumulados maiores são esperados em áreas ao Norte, com precipitações leves previstas para pontos de cultivo no Centro-Sul do Brasil. Nesta terça-feira (17/11), o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) informou que o plantio de soja da safra 2020/2021 no Paraná avançou 8% em uma semana, para 92% da área prevista. A situação das lavouras piorou: se na semana passada, 75% estavam em boa condição de desenvolvimento, agora são 70% nessa situação. Além disso, 27% das plantações em condição média e 3% em ruim. O recuo do dólar ante as principais moedas e ante o Real contribuiu para os ganhos da Bolsa de Chicago, já que torna o produto norte-americano mais atrativo para compradores de fora do país. O USDA informou que a colheita de soja nos Estados Unidos avançou 4% na semana encerrada no dia 15 de novembro. Assim, 96% da safra de soja já tinha sido colhida, acima dos 93% da média de cinco anos.