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09/Nov/2020

USDA confirma exportação dos EUA para o Brasil

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou na quinta-feira uma venda de soja de 30 mil toneladas do país para o Brasil na semana encerrada em 29 de outubro, com entrega prevista na temporada 2020/2021, que vai até agosto. O volume, por ser pequeno, não consta nos destaques do relatório publicado pelo USDA, mas aparece na tabela que detalha os volumes para todos os destinos. Conforme o USDA, exportadores dos Estados Unidos venderam ao todo 1,530 milhão de toneladas de soja da safra 2020/2021 na semana. Fontes do mercado indicaram que a soja importada dos Estados Unidos teria como destino o Porto de Paranaguá (PR) e poderia abastecer indústrias esmagadoras do Paraná. Essa compra é para abastecimento até a safra chegar em janeiro e fevereiro, porque no fim de dezembro tem as paradas para fazer manutenção.

Na região de Ponta Grossa, as indústrias pararam de abrir preços e indicam R$ 150,00 por saca de 60 Kg como referência nominal de compra, porque quase não surgem mais ofertas na região e, quando surgem, são de volume pequeno. O atraso do plantio de soja pode ter contribuído para a compra dos Estados Unidos, já que a safra brasileira não deve chegar ao mercado em volume expressivo em janeiro. Se faltar chuva durante o desenvolvimento da safra, pode ser necessário importar mais volumes. Os preços do farelo e óleo estão atrativos. Se fábrica tinha compromisso, não tem oferta de soja no mercado doméstico. Provavelmente, os volumes importados dos Estados Unidos ajudariam a complementar a escala de produção da indústria. A soja norte-americana importada chegaria a cerca de R$ 160,00 por saca de 60 Kg no Porto de Paranaguá e por volta de R$ 165,00 por saca de 60 Kg no interior do Paraná.

A importação dá liquidez em um momento em que indústrias veem a possibilidade de pouca soja disponível para trabalhar no começo do ano que vem. Maiores volumes de soja só estarão disponíveis depois do dia 15 de fevereiro. O plantio atrasou em virtude do calor e falta de chuva. Para indústria ter escala tranquila e trabalhar com custo competitivo, a importação é uma alternativa. Além do volume importado dos Estados Unidos para o Porto de Paranaguá, outra trading trouxe 90 mil toneladas de soja do Uruguai para o Porto de Rio Grande (RS), com todas as cargas com preços bem próximos aos praticados no mercado interno, fixando um teto para as altas daqui para frente. De janeiro a setembro, o Brasil já havia importado 528,2 mil toneladas de soja, segundo dados do Agrostat, sendo a maior parte do Paraguai (521,6 mil toneladas), e o restante do Uruguai (6,5 mil toneladas) e da Argentina (111.540 toneladas).

Em outubro, o Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) zerou temporariamente a alíquota do imposto de importação para soja em grão, farelo e óleo a fim de manter o equilíbrio na oferta desses produtos no mercado doméstico. A suspensão valerá até 15 de janeiro de 2021. Na ocasião, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) avaliou que se tratava de uma boa medida, tendo em vista o período de entressafra. Os elevados preços da soja aumentaram os preços dos seus processados, pressionando os custos da indústria de proteína animal, do óleo comestível e do biodiesel. O comportamento do mercado foi atípico em 2020 devido à crise global relacionada à pandemia do novo coronavírus. Os importadores da soja brasileira se anteciparam e compraram volumes acima do esperado. Além disso, variáveis macroeconômicas, tais como taxa de câmbio desvalorizada e elevação do preço em dólar da soja no mercado internacional, também estimularam exportações antecipadas, reduzindo a disponibilidade de soja no período de entressafra. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.