09/Nov/2020

A escalada nas cotações da soja na Bolsa de Chicago, negociada no maior nível em quatro anos, e a estabilidade no preço do milho já estão provocando especulações e debates entre observadores do mercado sobre a possibilidade de aumento na área plantada com a oleaginosa na próxima safra 2021/2022. As decisões de cultivo são fortemente influenciadas pela relação de preços entre os dois grãos, que serão semeados quase exatamente na mesma época nos Estados Unidos: milho em abril e maio, soja em maio e junho.

No entanto, essa discussão depende também das safras em outros países, como Ucrânia, Brasil e Argentina, que devem ter a área plantada de milho menor em 2020/2021, sem contar as compras da China e o resultado das eleições presidenciais norte-americanas. Resta saber também se as compras da China permanecerão em um nível tão alto, se Joe Biden vencer as eleições presidenciais, e com que sucesso ele será capaz de levar adiante seus planos de transição para as energias renováveis, dada a divisão no Congresso.

Além disso, apesar de os estoques finais de milho nos Estados Unidos em 2020/2021 serem revisados repetidamente para baixo, eles ainda estão em alta com relação ao ano anterior. No caso da soja, uma redução de estoque de 10 milhões de toneladas em 2019/2020 deve ser acompanhada por uma queda ainda maior em 2020/2021. A situação está cada vez mais apertada, ou seja, depois que a safra dos Estados Unidos foi ajustada para baixo e as exportações para cima.

Essa tendência pode continuar a ser observada no relatório de novembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os estoques finais dos Estados Unidos em 2020/2021 estão previstos em 7,9 milhões de toneladas, em comparação com 25 milhões de toneladas dois anos antes. No entanto, também há observadores de mercado que antecipam uma mudança para o milho. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.