06/Nov/2020

Os preços da soja e do milho dispararam por uma série de fatores, com destaque para a aquecida demanda da China por grãos, a estiagem em regiões produtoras na América Latina e, ainda, expectativa de queda nos estoques prevista para o fim de 2020/2021 nos Estados Unidos. O fato de o clima ainda continuar muito seco na América do Sul, principalmente na Região Sul do Brasil e na Argentina, está causando atrasos no plantio e no desenvolvimento das lavouras. Em conjunto com a alta demanda chinesa por soja dos Estados Unidos, nos últimos meses, o preço da commodity foi empurrado para o nível mais alto em mais de quatro anos.

A soja encontra apoio no dólar americano novamente mais fraco recentemente. Em relação ao milho, os motivos para alta nos preços são basicamente os mesmos da soja. Há expectativa de que o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado na próxima semana, apresente redução no volume previsto para o estoque de passagem no fim de 2020/2021. Atualmente, a previsão é de 55 milhões de toneladas. Nos últimos meses, a estimativa foi ajustada repetidamente para baixo, em parte por causa de uma revisão na demanda para cima em 2019/2020, levando a estoques iniciais mais baixos em 2020/2021.

Houve também redução dos números da safra norte-americana em andamento, assim como aumento das exportações. O estoque acumulado nos Estados Unidos, que em agosto ainda estava previsto em cerca de 13 milhões de toneladas, agora caiu para apenas 5 milhões de toneladas. Os relatórios de colheita decepcionante nas partes ocidentais do Meio Oeste podem derrubá-lo ainda mais. Apesar disso, a indecisão quanto o resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos está mantendo os mercados agrícolas em suspense. A evolução da taxa de câmbio também será determinada em parte pelo resultado da eleição. Ainda existem as questões clássicas, como o clima político entre a China e os Estados Unidos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.