23/Out/2020

A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) sugere que a mistura do biodiesel ao diesel caia para um percentual de 8%, em comparação com os atuais 11%, para evitar um forte impacto no preço do diesel, depois de o último leilão do biocombustível ter registrado preço médio de mais do que o dobro do combustível fóssil. A partir de 1º de novembro, o mercado poderá aplicar os novos preços do biodiesel, que no último leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) atingiu o valor de R$ 5.511 por m³, enquanto o óleo diesel A (sem a mistura) sai das refinarias, em média, por R$ 2.120 m³.

Ou seja, mais que o dobro do custo do produto mineral, o que encarece sobremaneira o preço do óleo diesel (com a mistura) nas bombas. O preço do biodiesel tem acompanhado a alta da sua principal matéria-prima, a soja, e sofre flutuações como qualquer commodity, dependendo da safra, mercado externo, câmbio, entre outros fatores. Desde maio, com o aquecimento do mercado de soja e o aumento das exportações, a oferta de matéria-prima tem sido reduzida, elevando com isso o seu valor no mercado interno para os produtores de biodiesel. Em função do cenário atual e para garantir o abastecimento do produto nos postos, sem oscilações, a entidade defende a redução do percentual da mistura para 8%.

A revenda (postos de abastecimento) é o elo mais competitivo da cadeia e, atualmente, os postos trabalham com margens muito reduzidas. Portanto, dificilmente conseguirão absorver eventuais aumentos do diesel. Para a Federação é de fundamental importância esclarecer a realidade dos fatos à sociedade, para que o revendedor varejista, agente mais visível da cadeia, não seja responsabilizado exclusivamente por elevações de preços ocorridas em etapas anteriores. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.