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29/Set/2020

Recorde real do preço da soja está se aproximando

Os preços da soja seguem em alta no Brasil e se aproximam do recorde real da série histórica. As cotações já bateram o recorde nominal (sem considerar a inflação) no Porto de Paranaguá. A demanda pelo grão para esmagamento para produção de farelo e de óleo para o mercado interno e a valorização do dólar frente ao Real são os fatores que contribuem para a elevação. O preço da soja no Porto de Paranaguá (PR) subiu 8,4% nos últimos sete dias, para R$ 150,86 por saca de 60 Kg. Este é o maior valor nominal da série histórica e está apenas um pouco abaixo do recorde real, de R$ 153,40 por saca de 60 Kg, registrado agosto de 2012 (valores deflacionados pelo IGP-DI de agosto/2020). A média mensal parcial do preço no porto em setembro está em R$ 136,90 por saca de 60 Kg, a maior desde setembro de 2012, quando atingiu recorde real, de R$ 144,59 por saca de 60 Kg.

Os preços da soja em grãos no interior também estão em alta, operando em patamares de até R$ 150,00 por saca de 60 Kg em regiões do Centro-Oeste, Rio Grande do Sul e Paraná, mas são valores basicamente nominais, ou seja, com quase nenhuma efetivação de negócios. De qualquer forma, o recorde real do preço da soja no interior do Paraná ocorreu em outubro de 2002, quanto atingiu o valor nominal de R$ 45,95 por saca de 60 Kg, o resulta em um valor real de R$ 154,01 por saca de 60 Kg, com valores deflacionados pelo IGP-DI. O preço da soja no interior do Paraná subiu 5,9% nos últimos sete dias, para R$ 144,88 por saca de 60 Kg. Essa alta da soja em grãos está desafiando as indústrias brasileiras de esmagamento.

Ainda assim, as esmagadoras lado estão conseguindo repassar a valorização do grão aos derivados, diante da firme procura por farelo e óleo de soja. Com isso, no atacado em São Paulo, os valores do óleo de soja (com 12% de ICMS inclusos) subiram 6,5% nos últimos sete dias, para R$ 6.821,08 a tonelada, um recorde nominal da série histórica, acumulando uma alta de 25,3% em 30 dias, de 86,1% no acumulado de janeiro a setembro de 2020 e de 117,2% nos últimos 12 meses. O outro derivado – o farelo – que, junto com o milho, tem peso importante na formação dos custos dos preços das rações, acumula uma alta de 6,8% nos últimos sete dias, cotado, em média, no Sul/Sudeste, a R$ 2.070,00 a tonelada, um recorde nominal da série histórica, acumulando uma alta de 11,7% em 30 dias, de 54,8% no acumulado de janeiro a setembro de 2020 e de 68,9% nos últimos 12 meses.

A disputa entre esmagadoras e exportadores está mais intensa. A valorização do dólar frente ao Real torna os produtos brasileiros mais atrativos aos importadores e esse cenário acirrou a competitividade entre consumidores domésticos e externos. Para a safra 2020/2021, que começou a ser plantada, a subida das cotações estimula o fechamento de contratos antecipados, com 60% da oferta esperada já comercializada no Brasil. Certamente, essa venda antecipada também dará suporte aos preços no Brasil no médio prazo, deixando pouco espaço para quedas bruscas, mesmo com possível safra recorde. Fontes: Cepea e Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.