24/Set/2020

O armazenamento da soja desde a época da colheita, no primeiro semestre, até agosto trouxe a possibilidade de ganhos aos produtores neste ano. Um estudo compara ganhos mês a mês com a armazenagem do grão para produtor de Sorriso, em Mato Grosso. O maior ganho potencial observado é para o agricultor que colheu em fevereiro e armazenou até agosto, chegando a R$ 36,14 por saca de 60 Kg a mais do que ele obteria se vendesse o produto na época da colheita. Já o produtor que colheu em janeiro e segurou até agosto a soja o ganho chega a R$ 34,40 por saca de 60 Kg. Para produtor que colheu em março e reteve o produto até agosto o adicional de receita é de R$ 27,76 por saca de 60 Kg.

O estudo considera que foram colhidos em Mato Grosso 22% da área em janeiro, 64% em fevereiro e 14% em março. O ano de 2020 foi recorde em benefício potencial trazido pelo uso da armazenagem como estratégia comercial. A combinação de safra recorde no Brasil, demanda firme do mercado externo e câmbio favorável à venda externa foram fatores que favoreceram o lucro do produtor que optou por reter o produto em vez de negociá-lo logo após retirar o grão da lavoura. Existem alguns anos em que a armazenagem não traz esse ganho potencial. Em alguns casos, como em 2017, se colheu em fevereiro e segurou por alguns meses, o produtor teria um prejuízo econômico.

Para o futuro, a taxa Selic baixa estimula investimentos na construção de silos. Hoje, a taxa de juros está extremamente baixa. Isso acaba sendo um grande fomento para aumentar a infraestrutura de armazenagem no País. O Brasil já conseguiu armazenar por volta de 75% da produção de grãos, e essa quantidade relativa tem caído ao longo do tempo em função do aumento do nível de produção. O incremento na produção tem sido maior do que tem sido possível gerar de infraestrutura de armazenagem no ano, o que acaba gerando uma série de gargalos logísticos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.