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10/Set/2020

Nutrição da soja: mercado atinge US$ 7,8 bilhões

O mercado de nutrição de soja, que engloba desde preparo de solo até fertilização foliar, movimentou US$ 7,8 bilhões na safra 2019/2020 no Brasil. O estudo da Spark Inteligência Estratégica "Painel Mercado Nutrição Soja", realizado com base em 2.353 entrevistas, analisa os segmentos de corretivos e condicionadores de solo, adubação de base e cobertura, inoculantes, bioestimulantes e fertilizantes especiais utilizados via semente e aplicações foliares. Os produtos para adubação de base e cobertura ocupam a maior fatia do mercado de nutrição da soja, com 81% de participação e US$ 6,392 bilhões em vendas. Em torno de 18% do total comercializado, ou cerca de US$ 1,4 bilhão, se divide entre o segmento de corretivos e condicionadores de solo e o de adubação via semente e foliares, que inclui os bioestimulantes. Os inoculantes representam 1% desse mercado (US$ 54 milhões).

O estudo revela que 100% dos produtores ouvidos usaram algum tipo de tratamento de nutrição na safra de soja 2019/2020. Isso evidencia que alguma coisa o produtor faz em nutrição, principalmente voltado para as operações de solo. Os fertilizantes para base e cobertura tiveram 100% de adoção entre os agricultores na pesquisa. Se produtor não fizer essas operações de solo, não vai criar uma base de qualidade de crescimento para a soja, e tudo que ele for investindo depois, seja em sementes ou defensivos, não vai adiantar nada se não tiver feito essa base. Uma planta mal nutrida estará mais suscetível a pragas e doenças e pode não atingir seu potencial de rendimento. Depois dos fertilizantes para base e cobertura, a categoria com maior taxa de adesão é a de fertilizantes e bioestimulantes via semente e foliares (96%).

Essa foi a surpresa do estudo. Isso mostra que o produtor de soja é tecnificado, tem interesse em aumentar a produtividade e acessa esses tipos de mercados especiais. Já a adoção de inoculantes chega a 82%. Em volume, os sojicultores entrevistados demandaram mais de 64,3 milhões de toneladas para nutrição na safra 2019/2020, sendo 48,4 milhões de toneladas de produtos para correção e condicionamento de solo, 15,8 milhões de toneladas de fertilizantes de base e cobertura, 84,3 mil toneladas de fertilizantes foliares e de tratamento de sementes e 4,8 mil toneladas de inoculantes. O investimento médio em nutrição ficou em US$ 223,00 por hectare. Quanto a fabricantes e marcas, foram mencionados na pesquisa mais de 200 empresas e 1,9 mil produtos, um mercado considerado pulverizado. O desconhecimento do produtor ante marcas comerciais é elevado, o que demandará investimentos por parte de empresas para ampliar o reconhecimento.

Segundo o estudo, 19% dos entrevistados não associam corretamente produtos e marcas do segmento de fertilizantes foliares e de tratamento de semente, para adubação de base e cobertura, esse percentual é um pouco menor, de 14%. Também há diferenças regionais. Nas Regiões Centro-Oeste e Norte do País, a adoção de fertilizantes especiais via sementes e aplicações foliares é superior ao que se vê na Região Sul. Nesta região, há solos com maior fertilidade natural, então muitas vezes o produtor se acostumou a fazer só o básico que ele já estava acostumado, porque já tem um solo bem recheado de nutrientes. É diferente de solos no Cerrado do Brasil, que são áreas bem produtivas atualmente, mas que precisam de uma melhor correção dessa fertilidade. A pesquisa inclui produtores de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e a região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.