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08/Set/2020

Cotações futuras seguem sustentadas em Chicago

Segundo o Itaú BBA, a preocupação com os efeitos do clima desfavorável nos Estados Unidos em agosto e a venda externa aquecida de soja norte-americana vêm dando sustentação aos preços futuros de soja na Bolsa de Chicago, mas há riscos de uma virada nas cotações nos próximos meses. Caso os dados de colheita nos Estados Unidos a serem divulgados não mostrem redução significativa de volume, os preços podem ceder, principalmente porque Brasil e Argentina terão safras grandes. O contrato maio de 2021 da soja subiu 9% entre o começo de agosto e o começo de setembro, e o vencimento maio de 2022 avançou 5%. Entre os fatores de suporte, está o temor sobre prejuízos causados pelo clima mais seco e quente em parte do Meio Oeste norte-americano em agosto, período de formação de vagens de grande parte da lavoura e início do enchimento de grãos.

Até a semana do dia 20 de agosto, 24,2 milhões de toneladas de soja já haviam sido comprometidas para exportação nos Estados Unidos da safra 2020/2021. Em igual período do ciclo anterior, a negociação antecipada somava 6,4 milhões de toneladas. Muito desse aumento vem das vendas para China que são justificadas por um esforço para o cumprimento do acordo comercial e pelo aumento da demanda do grão diante da recomposição do rebanho suíno e demais proteínas no país. No Brasil, as altas na Bolsa de Chicago, atreladas ao câmbio desvalorizado, têm se traduzido em preços em moeda nacional bastante elevados. Sobre a influência do clima na safra norte-americana, os mapas climáticos indicam volta das chuvas em parte do cinturão de produção norte-americano a partir desta semana, o que pode minimizar as quedas de produtividades.

Também há o provável aumento da produção em outros importantes produtores de soja, como Brasil e Argentina. No caso do Brasil, o crescimento deverá vir a reboque, principalmente, de um crescimento de área e, no segundo, de uma recuperação dos níveis de produtividade em relação à safra anterior, em que pese o fato de que o cenário climático vem caminhando para La Niña. Do lado da demanda, apesar da perspectiva de aumento da produção de proteína animal na China, puxada pela recomposição do rebanho suíno, o país ainda enfrenta a peste suína africana (PSA), o que pode reduzir a velocidade do crescimento da produção. Além disso, em caso de piora do cenário econômico, fundos podem reverter posições compradas em commodities agrícolas, o que tende a influenciar negativamente as cotações da soja na Bolsa de Chicago. Para os preços em Reais, um risco extra é a valorização da moeda brasileira.

Diante desses riscos, o avanço das fixações para as safras futuras nos níveis que são oferecidos atualmente parece fazer bastante sentido para que o produtor garanta boas margens. Entretanto, o produtor deve ter cuidado com aumento do percentual fixado antecipadamente sem a aquisição de insumos. Caso o preço dos insumos suba mais que esperado poderá comprometer as margens. Esse tópico é especialmente relevante para quem está realizando as fixações para a safra 2021/2022 e posteriores, uma vez que a possibilidade de negociação de insumos não é tão óbvia. Os produtores também devem ficar atentos ao percentual comercializado ante o volume de produção esperado. Outros cuidados envolvem segregar das fixações o montante referente a compromissos a serem quitados em sacas de soja, conciliar prazos de recebimento com pagamento de obrigações para operações em dólar e ter caixa disponível para ajustes quando a fixação de preço é feita em bolsa. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.