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31/Jul/2020

Projeções para safra de soja 2020/2021 no Brasil

A produção de soja do Brasil em 2020/2021 deverá dar um salto para um recorde de mais de 130 milhões de toneladas, com bons preços impulsionando os produtores a aumentar o plantio em áreas de pastagens e pela expectativa de uma recuperação de produtividades, após uma seca reduzir a safra na Região Sul do País em 2019/2020. O Brasil, maior produtor e exportador global de soja, poderá aumentar a safra em cerca de 8% na comparação com as 120,9 milhões de toneladas projetadas pelo governo no ciclo anterior. O crescimento de quase 3% na área plantada, para o inédito patamar de 38 milhões de hectares, será impulsionado por margens de lucro elevadas, com o impulso do câmbio, que permitiu aceleradas vendas antecipadas pelos produtores.

Segundo a Aprosoja Brasil, quase 50% da safra de soja já foi comercializada, um ritmo recorde, isso mostra a tendência de crescimento de área. Havendo renda, margem para compra de insumos, o produtor também busca aumentar o plantio em áreas de pastagem. A entidade acredita em um crescimento de ao menos 2% na área plantada. O setor deverá optar, em geral, pelo plantio em áreas já abertas no passado, até pelo custo menor de se usar uma terra já desmatada. O plantio deve avançar na região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), no sul do Pará e mesmo em algumas áreas da Região Centro-Oeste. Para a Céleres, o cultivo de soja do Brasil deve aumentar em 1,3 milhão de hectares na comparação com a temporada anterior, com produtores impulsionados por margens operacionais recordes de R$ 2.780,00 por hectare, ante R$ 1.470,00 por hectare na temporada anterior.

Os patamares de preços estão historicamente elevados em Reais, com a ajuda do câmbio, mas também devido a exportações fortes no primeiro semestre, o que levou a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) a apontar estoques finais de soja em 2020 nos menores níveis da história. Para a empresa de análises Arc Mercosul, que tem a maior estimativa de área plantada entre os consultados, de 38,43 milhões de hectares, o aumento de uma safra para outra será de 3,8%, o maior em seis anos, com ofertas de preço pela safra futura de 20% a 30% superiores na comparação anual.

A Cogo Inteligência em Agronegócio, que tem a maior projeção de produção para 2020/2021, de 133,3 milhões de toneladas, avalia que, considerada a tendência de neutralidade climática e a não caracterização de um fenômeno La Niña, o cenário climático é favorável para a próxima safra de verão 2020/2021 nas Regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste (MATOPIBA). "O plantio da temporada de verão 2020/2021 não deverá atrasar no Brasil. As chuvas retornam gradualmente entre outubro e novembro deste ano", disse Carlos Cogo em relatório. A avaliação vai na direção da análise do agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, que afirmou que, se tudo correr conforme esperado, o produtor de Mato Grosso poderá iniciar a colheita no final de dezembro, uma oferta muito bem-vinda em tempos de estoques baixos. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.