03/Jul/2020

Os preços do biodiesel devem se manter sustentados e a produção tende a continuar a trajetória de crescimento em 2020, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. Os efeitos da doença chegaram a diminuir o potencial de produção do setor no Brasil com a retração no consumo de diesel em meio às medidas de restrição à circulação. Desde maio, a produção começou um movimento de recuperação, com a fabricação de biodiesel atingindo 479,1 milhões de litros no quinto mês do ano, ante 438 milhões de litros produzidos no período de queda no consumo de diesel, em abril. Nesse cenário, as expectativas são de aumento produtivo condicionado pelo incremento da mistura obrigatória para 12%.

Ainda que haja uma elevação no percentual da mistura, a capacidade ociosa das unidades continua grande. Os estados do Rio Grande do Sul e Mato Grosso são os que possuem maior capacidade de produção, mas também os que têm maior ociosidade. Isso não deve atrapalhar a alta na produção. Em relação aos preços, as elevadas cotações de óleo de soja e de soja em grão, em virtude de uma demanda muito aquecida pela oleaginosa brasileira, vão sustentar os preços do biodiesel. As exportações de soja do País vêm batendo recordes mensais, o que gera uma preocupação quanto à disponibilidade do produto no mercado interno no segundo semestre de 2020.

Dados mais recentes apontam que cerca de 90% da safra brasileira 2019/2020 já foi comercializada, com um volume embarcado no acumulado de janeiro a junho chegando a 60 milhões de toneladas. Apesar dessa preocupação, a soja vem perdendo participação na produção de biodiesel desde o ano passado. Quanto ao RenovaBio, principal programa do governo de incentivo à produção de combustíveis renováveis, há um potencial de emissão de 3,05 milhões de créditos de descarbonização (CBios) pelas usinas de biodiesel, considerando que nenhuma nova unidade seja certificada até o fim do ano. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.