ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

01/Jul/2020

Biodiesel: leilão para garantir a mistura de 12%

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vai realizar um leilão de biodiesel complementar ao leilão 73, realizado em junho, mas que permanece em aberto. De acordo com a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), o leilão acompanha um crescimento inesperado de vendas do diesel, que abriu uma polêmica entre as distribuidoras e os produtores do biocombustível na semana passada. Ao contrário da gasolina, cujas vendas permanecem em queda, o diesel registrou alta de 3,5% nas vendas no acumulado do ano até o dia 24 de junho, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). O leilão 73 visou o abastecimento de biodiesel para mistura no diesel para o bimestre julho/agosto. O preço do leilão complementar não será elevado como o observado no último leilão emergencial (74), que ficou R$ 1,10 por litro superior ao leilão anterior, porque a oferta deverá ser maior do que a procura.

As produtoras do biocombustível têm disponibilidade para vender cerca de 300 milhões de litros, enquanto a demanda deve se situar em torno dos 100 milhões de litros. A existência de uma oferta folgada de biodiesel derruba as acusações da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis) de que falta o produto no mercado. O que houve foi uma avaliação errada das distribuidoras no leilão para abastecimento do bimestre maio/junho (Leilão 72), quando retiraram menos biodiesel do que determina a ANP. No leilão emergencial, tiveram que pagar mais caro. Por terem retirado menos do que deviam (80% ante 95%), a ANP teve que realizar o leilão emergencial, que aconteceu em um momento em que o preço estava elevado pela alta de 40% da matéria-prima, majoritariamente farelo de soja (70%), impulsionado pelo aumento das exportações para a China. Para a entidade, é prejudicial quando o governo inoperante não consegue tomar medidas cautelares para garantir o abastecimento interno.

A exportação de soja sem limite prejudica não apenas o biodiesel, mas a própria indústria de carne. O preço de venda do biodiesel é determinado em um leilão público e o valor final não é determinado pelo produtor, mas sim pelas distribuidoras, por isso não procedem as acusações da Fecombustíveis de que houve combinação de preços entre os produtores. As distribuidoras pressionaram a ANP para mudar as regras e comprar menos combustível em meio à pandemia e agora solicitam que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) investigue o preço. A entidade considera que é um bom momento para trazer essa discussão ao País e que é preciso que o Brasil coloque um limite na exportação de farelo de soja e milho, porque existe risco de falta do produto no Brasil diante de compras elevadas da China. Esse fato é muito preocupante para o abastecimento no mercado brasileiro, afeta não apenas o biodiesel, mas a alimentação da cadeia de proteína no País. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.