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29/Jun/2020

China exige atestado de cargas livres da Covid-19

A carta enviada pelos chineses aos exportadores brasileiros do setor agropecuário, exigindo uma declaração de que as cargas estão "livres de coronavírus", foi recebida com surpresa pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Além da surpresa, a carta chegou em um momento complicado, na véspera de um feriado na China. A comunicação, que já é difícil por causa do fuso horário, ficou mais dificultada em função do feriado.

De todo modo, o setor exportador de grãos não vê como necessária a carta, embora se solidarize com a situação e o cuidado tomado pelos chineses, em função de novos surtos da doença em Pequim. Entretanto, que algumas exigências são complicadas de serem confirmadas. Há dificuldade de garantir que 100% da carga esteja livre de Covid-19. Então, não é possível declarar isso. Outra exigência é a garantia de que todas as leis da China estão sendo respeitadas.

Não há estrutura para saber quais são todas as leis chinesas. Então, o setor se baseia na declaração da Organização Mundial de Saúde (OMS), de que pelos alimentos, aparentemente, não há comprovação de que haja transmissão de coronavírus. Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), o Brasil chegou a pensar em se juntar a grandes exportadores de soja para a China e fazer uma carta única ao país asiático garantindo que cargas da oleaginosa enviadas para lá estão livres da Covid-19, como pede o comprador.

Mas, a entidade e outros representantes do setor no Brasil avaliaram, junto com o Ministério da Agricultura e o de Relações Exteriores, que a China poderia não receber bem essa manifestação única de Brasil, Paraguai, Argentina, Canadá, Estados Unidos e Austrália. As cartas enviadas à China por esses países têm acompanhado a linha adotada pela Anec. O argumento é o mesmo, de que a soja não é vetor de contaminação, lembrando que o vírus não suportaria uma viagem de mais de 40 dias dentro dos porões dos navios.

Embora o agronegócio brasileiro tenha sofrido pressão para responder de forma forte à China, a Anec preferiu um tom mais ameno, por considerar que é preciso ser simpático à situação chinesa (em relação aos novos casos de Covid-19 em Pequim) e tratá-los com o respeito que eles merecem, como clientes. O governo brasileiro evitou se manifestar oficialmente porque acredita que a pressão seja sobre carne e não soja. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.