ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

03/Jun/2020

Rentabilidade da soja têm forte alta em 2019/20

Não foi apenas o volume da colheita brasileira de soja que bateu recorde nesta safra 2019/2020. Com a oferta ampla, a demanda chinesa aquecida e o câmbio favorável às exportações, as margens de lucro dos produtores também estão entre as mais elevadas da história, apesar do aumento de custos, e tendem a estimular um novo avanço do plantio do ciclo 2020/2021, que começará a ser semeado em setembro próximo. Levantamento feito pela Cogo Consultoria mostra que, nas Região Sul e Sudeste do País, considerando Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais, o custo total médio de produção da oleaginosa foi de R$ 3.560,41 por hectare, 10,2% mais que em 2018/2019, mas a receita bruta por hectare está crescendo 51,5%, para R$ 6.109,55, e a margem líquida sobre a receita bruta saltará de 19% para impressionantes 41,7%.

O mesmo aconteceu no Cerrado, incluindo Mato Grosso (Estado que lidera a produção brasileira), Bahia e Goiás. Nessa região, o custo de produção aumentou 12,8% na comparação com a temporada passada, para R$ 4.106,87 por hectare, em média, mas a receita bruta cresce 38,2%, para R$ 5.387,62 por hectare, e a margem líquida sobre a receita bruta pulará de 6,6% para 23,8%, em média. “A maior parte da safra 2019/2020 foi vendida enquanto o dólar estava subindo, o que acelerou as vendas e já estimula a comercialização da colheita do próximo ciclo”, afirma Carlos Cogo, sócio-diretor da consultoria. Segundo ele, a taxa média de câmbio para os custos da lavoura foi de R$ 3,91, enquanto a média para a comercialização atingiu R$ 4,85. “Não há argumento para se falar em má comercialização”.

A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) ressalva que a maior parte da colheita total, de 120,3 milhões de toneladas, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 4,6% maior que a anterior, foi negociada por valores entre R$ 70,00 e R$ 75,00 por saca de 60 Kg, distante dos mais de R$ 100,00 por saca de 60 Kg registrados desde 30 de março nos portos brasileiros. Mas, os produtores ainda podem aproveitar, já que entre 10% e 15% da produção ainda está disponível para venda. Há uma diferença entre os grandes produtores, que podem aproveitar este momento, e aqueles produtores menores, com 2 mil hectares, que estão sendo penalizados, pois têm custos elevados e dívidas em dólar. A maior parte (60%) da colheita de 2019/2020 foi negociada quando o dólar ainda estava próximo de R$ 4,20, o que até janeiro era um valor elevado, mas ainda distante do patamar atual. Mas, depois os produtores começaram a vender com o dólar mais alto, o que elevou as médias.

Num cenário em geral positivo, o Rio Grande do Sul foi o ponto fora da curva, já que uma estiagem castigou as lavouras do Estado, reduziu o volume colhido à metade do previsto e gerou prejuízo. Segundo a Federação das Cooperativas do Rio Grande do Sul (Fecoagro), o produtor do Estado ficou defasado porque a perda produtiva foi muito elevada. Mas, os produtores médios e pequenos mais organizados também conseguiram negociar a preços mais altos a oleaginosa e cobriram parte das perdas. O preço médio subiu de R$ 66,50 por saca de 60 Kg, em maio de 2019, para R$ 85,00 por saca de 60 Kg (mercado de balcão). Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.