21/Mai/2020

Os futuros de soja fecharam em alta nesta quarta-feira (20/05) na Bolsa de Chicago. Os ganhos foram sustentados pelo enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as vendas externas brasileiras. O Brasil é o principal concorrente dos Estados Unidos no mercado de exportação de soja. De acordo com levantamento semanal da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), o Brasil pode fechar o mês de maio com embarques de 14,7 milhões de toneladas da oleaginosa. O relatório da semana anterior indicava um volume menor, de 14 milhões de toneladas.

O vencimento julho do grão subiu 4,25 cents (0,50%) e fechou a US$ 8,46 por bushel. O mercado também foi influenciado pelo desempenho do óleo de soja. O derivado, por sua vez, acompanhou o avanço do petróleo, que faz com que refinarias nos Estados Unidos tenham mais incentivo para misturar biodiesel ao diesel. O óleo de soja é uma das principais matérias-primas usadas na fabricação do biocombustível. A ausência de compras chinesas nos últimos dias impediu uma alta mais acentuada das cotações.

Na semana passada, exportadores dos Estados Unidos relataram três vendas de soja para a China, totalizando 730 mil toneladas. No entanto, não houve novos anúncios desde o dia 15 de maio. Além disso, as compras chinesas de soja dos Estados Unidos desde meados de fevereiro somam apenas 2,2 milhões de toneladas. As tensões diplomáticas entre Estados Unidos e China também preocupam. O presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a responsabilizar a China pela pandemia de Covid-19, afirmando que a incompetência do país asiático casou "um massacre em todo o mundo".