29/Abr/2020

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta terça-feira (28/04), refletindo a ausência de novas compras chinesas do grão norte-americano. Na semana passada, O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que exportadores relataram vendas de 606 mil toneladas de soja para a China. Isso parecia confirmar relatos na mídia de que o país asiático pretendia comprar cerca de 10 milhões de toneladas da oleaginosa, principalmente dos Estados Unidos.

Nos últimos dois dias, porém, não houve novos anúncios de vendas, o que pressionou as cotações. O vencimento julho do grão recuou 4,50 cents (0,54%) e fechou a US$ 8,32 por bushel. Alguns traders têm dúvidas quanto à continuidade dessas compras, num momento em que o dólar está tão fortalecido ante o Real. A alta do dólar tende a estimular as vendas externas do Brasil, o principal concorrente dos Estados Unidos no mercado de exportação de soja. O avanço do plantio nos Estados Unidos também pesou sobre as cotações.

O USDA informou que os produtores tinham semeado 8% da área prevista de soja até o dia 26 de abril, ante 4% na média de cinco anos. Parte da área de milho pode migrar para a soja por causa da menor demanda por etanol, que é feito principalmente com o cereal nos Estados Unidos. Os negócios também foram influenciados pelo desempenho do farelo de soja, que caiu mais de 1%. O fechamento temporário de unidades de processamento de carne nos Estados Unidos para conter a disseminação do novo coronavírus pode resultar em menor demanda por ração animal.