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17/Abr/2020

Mercado focado na demanda global com pandemia

O mercado de soja deve continuar mantendo a demanda no centro das atenções, especialmente em relação às exportações e ao consumo doméstico em meio à pandemia de coronavírus. Há uma forte preocupação em relação às compras chinesas de soja, já que mesmo após o acordo assinado entre China e Estados Unidos, as cotações na Bolsa de Chicago tiveram um recuo no primeiro trimestre do ano, mesmo antes do surto da doença. O cenário global para a oleaginosa levanta preocupações em relação ao fechamento de plantas de processamento de carnes nos Estados Unidos por causa da doença, além dos efeitos do surto na economia global. Para além do coronavírus, o mercado ainda tem dúvidas sobre se a China vai, de fato, cumprir com o acordo comercial, considerado agressivo, e em relação ao ritmo de recuperação do plantel suíno chinês.

A China sinalizou que as compras de soja ocorreriam de acordo com as condições do mercado e respeitando as necessidades de consumo do país. Do ponto de vista altista, as perdas de safra no Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, e na Argentina, podem pesar sobre a oferta mundial. Além disso, as medidas restritivas para conter a propagação da doença estão afetando as exportações da Argentina, o que pode abrir mais espaço para o farelo brasileiro e norte-americano no mercado externo. No Brasil, as exportações continuam aquecidas, com embarque recorde no mês de março. Para 2020, a expectativa é de que o País repita o mesmo padrão dos anos anteriores, com cerca de 80% dos embarques tendo como destino a China. Cerca de 80% da safra de soja 2019/2020 já foi comercializada, percentual bem maior do que nos anos anteriores. Em relação aos preços no mercado interno, há uma estabilidade, assim como nas margens de esmagamento, que continuam favoráveis.

A relação de troca entre as carnes e o farelo de soja, entretanto, vem piorado por causa do recuo dos preços das proteínas e do aumento nos custos com insumos. Em relação aos Estados Unidos, há preocupações quanto as exportações mais fracas em relação ao mesmo período do ano anterior. Os embarques norte-americanos vão precisar ser acelerados para que o país atinja a meta estipulada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), de pouco mais de 48 milhões de toneladas exportadas em 2020. O USDA também aumentou as estimativas para as importações chinesas em mais de 6 milhões de toneladas, mesmo com o rebanho ainda muito prejudicado pela peste suína africana (PSA). Em compensação, o esmagamento no país continua bem forte, tendo atingido o recorde em março. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.