08/Abr/2020

A Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio) afirmou que a suspensão, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), da segunda etapa do leilão de biodiesel não foi uma surpresa. Na semana passada já havia um diálogo com o governo federal, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME), para encontrar um ponto convergente que pudesse minimizar os efeitos da crise do coronavírus tanto para o setor de distribuição como para os produtores. A entidade também descartou efeitos consideráveis na alteração da mistura de biodiesel, já que ainda há tempo suficiente para realizar um novo leilão.

A negociação de uma solução que atenda o setor como um todo continua junto ao MME, para quem a Aprobio apresentou a importância da realização de um leilão único, acabando com os leilões complementares. Além disso, a entidade reforça que é a favor do pedido de distribuidoras de flexibilização na cláusula dos contratos que prevê aplicação de multas caso a retirada seja abaixo de 95% do volume negociado. Entretanto, essa flexibilização deve ser “real”, isto é, de acordo com a realidade do mercado de diesel e sem prejudicar os produtores. O momento é de ceder de dois lados, para construir a melhor solução junto com o governo.

Dentre os combustíveis, o diesel foi um dos menores afetados pelas medidas de contenção ao novo coronavírus, uma vez que os maiores consumidores são caminhoneiros, que continuam trabalhando para garantir o fornecimento de produtos básicos para a população neste momento. A perspectiva de consumo até junho pode ser afetada em algumas regiões, mas se houver redução ela é esperada em no máximo 15%. Os próximos meses costumam representar um período importante para a exportação de grãos no País e, com o início da safra de cana-de-açúcar, pode haver até um aumento na demanda por diesel nas regiões produtoras. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.