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03/Abr/2020

Negócios com pagamento antecipado são restritos

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a incerteza sobre logística tende a restringir a negociação de soja com pré-pagamento. Isso não vale para os negócios já fechados, mas sim para novos lotes. Com esse câmbio, os produtores estão querendo vender, mas está mudando um pouco a política das empresas. Por exemplo, tem empresa que fazia pré-pagamento: comprava a soja e pagava antecipado. Hoje, essa prática está sendo evitada. Tradings e indústrias buscam fazer o pagamento apenas quando ocorrer o embarque, em virtude do risco de comprar e não receber a mercadoria por falta de disponibilidade de caminhões ou restrições à circulação impostas por municípios. O pagamento deve ocorrer na retirada do produto, porque há incerteza se vai ser possível ou não retirar. Pagar antes do embarque é uma prática que provavelmente vai ser menos utilizada agora.

Quanto ao escoamento da soja já negociada, não está havendo problema de fluxo dos armazéns para os portos ou para as fábricas. A alta do custo do transporte observada na semana passada perdeu força. Nesta semana já não está subindo mais. O frete aumentou na semana passada não só em consequência de os motoristas evitarem trechos mais longos pela falta de serviços nas rodovias como também da demanda forte por veículos para transportar soja aos portos. Além disso, por causa do dólar alto, os produtores que colheram mais recentemente ou têm estoque de soja entraram com mais força no mercado vendendo, então cresceu a demanda para puxar soja dos produtores para os armazéns das empresas.

As associadas da Abiove estão tentando mitigar os efeitos da escassez de serviços aos motoristas nas estradas, oferecendo kits de lanches nos pátios. As empresas também reforçaram a higienização dos ambientes e a disponibilidade de álcool gel nesses locais. Além disso, a alta do frete na semana passada também pode ter aumentado o interesse dos caminhoneiros em trechos mais longos. A entidade avaliou não só as condições dos pátios em empresas, mas também em portos e transbordo de ferrovias. Todos estão em boas condições e atendendo o que precisa para dar conforto ao caminhoneiro e reduzir o risco de contaminação, com distanciamento e álcool gel, alguns oferecendo alimentação. Sobre o número de embarques ao exterior de soja e derivados em março, até o momento o coronavírus não teve impacto negativo na exportação.

O Brasil exportou 13,309 milhões de toneladas de soja, farelo e óleo em março, 33,8% a mais do que os 9,946 milhões de toneladas de março de 2019, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Foram 11,644 milhões de toneladas de soja em grão, 1,562 milhão de toneladas de farelo e 102,4 mil toneladas de óleo, com aumento na comparação anual em todos os produtos. Há uma grande mobilização para deixar as condições do mercado sem alteração, apesar da quarentena. A associação segue, entretanto, atenta a questões que possam prejudicar o escoamento. É preciso observar o que vai acontecer em termos da própria disseminação do coronavírus. A soja é um produto é essencial e deve continuar funcionando sem interrupção, mas tem a questão das reações dos municípios. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.