01/Abr/2020

Segundo o Itaú BBA, a queda no preço dos fertilizantes fosfatados no mercado internacional e a recuperação recente dos futuros da soja na Bolsa de Chicago tornaram a relação de troca de soja por insumos favorável ao agricultor brasileiro para a safra 2020/2021. Tal oportunidade merece especial atenção do produtor diante do aumento dos riscos do ambiente de negócios. A relação de troca significa a quantidade de soja necessária para comprar 1 tonelada de adubo.

O preço internacional dos fosfatados voltou a perder fôlego com a retomada da circulação de pessoas e da atividade industrial na China nas últimas semanas. A incerteza sobre o crescimento da demanda do Hemisfério Norte diante da pandemia de Covid-19, que pode reduzir a intenção de plantio, também influenciou no recuo das cotações do insumo.

Por mais que o cenário base aponte para um arrefecimento adicional das cotações internacionais na esteira na redução do petróleo e da possibilidade de um crescimento menor que o esperado do consumo, possíveis rupturas logísticas mais duradouras devido às medidas de contenção do coronavírus podem afetar o volume disponível de insumos para o plantio da próxima safra.

A consequência seria um aumento de preço dos produtos no Brasil e um maior risco de não recebê-los na janela ideal. No que se refere à soja, não se pode descartar a possibilidade de um enfraquecimento da demanda global, mesmo que leve, diante do ambiente recessivo. Essa possibilidade, combinada com um cenário de produção normal nos Estados Unidos e na América do Sul em 2020/2021, pode pressionar as cotações da oleaginosa.

É importante estar atento às possibilidades de antecipação das aquisições do insumo de maneira a garantir as boas relações de troca. Entretanto, a compra de insumo deve ser concomitante à venda futura da soja para evitar riscos de volatilidade de preços e de descasamento de moedas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.