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30/Mar/2020

Tendência altista para a soja com demanda e dólar

A tendência é de alta para os preços da soja no mercado brasileiro, com dólar na casa dos R$ 5,10 levando as cotações nos portos brasileiros para acima da casa dos R$ 100 por saca de 60 Kg. As exportações crescem com o avanço da colheita em todas as regiões. A demanda é aquecida para vendas externas e, também, para esmagamento interno. As firmes demandas externa e doméstica, a alta nos preços futuros na Bolsa de Chicago e o dólar elevado impulsionam os valores de soja no mercado brasileiro. Além disso, como forma de combater o avanço do coronavírus, o governo da Argentina limitou o movimento nos portos do país, cenário que pode favorecer as vendas brasileiras de soja e derivados. Segundo a Bolsa de Buenos Aires, a colheita da oleaginosa no país vizinho atingiu 4,6% da área semeada até o dia 26 de março. Por enquanto, a produtividade está inferior à da safra passada e pode haver redução na estimativa de produção, prevista no momento em 52 milhões de toneladas.

No Brasil, as Regiões Centro-Oeste, Sudeste e parte do Sul (Paraná) registram bons rendimentos nas áreas já colhidas, ao passo que algumas localidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Maranhão podem apresentar produção menor nesta temporada, diante do clima desfavorável. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o baixo índice pluviométrico tem prejudicado as lavouras que estão em fase de maturação. No Rio Grande do Sul, 39% da área com soja havia sido colhida até o dia 26 de março, acima dos 28% na média dos últimos cinco anos. Na Bahia e no Maranhão, é o excesso de chuvas que danifica as lavouras. A colheita nessas regiões ainda está no início. Esse cenário está impulsionando os prêmios de exportação de soja e derivados no Brasil. Com base no Porto de Paranaguá (PR), o prêmio de exportação do grão, com embarque em maio/2020, está cotado a +US$ 0,62/bushel.

Além da alta no prêmio brasileiro, os contratos futuros negociados na Bolsa de Chicago também subiram, impulsionados pelas expectativas de maior demanda da China. O contrato Maio/2020 da soja se registra alta de 4,4% nos últimos dias, o do farelo, 2,6% e o do óleo, 4,0%, com respectivos fechamentos de US$ 8,80 por bushel, de US$ 355,93 por tonelada e de US$ 584,22 por tonelada. Assim, o preço FOB do grão no Brasil, no Porto de Paranaguá (PR), registra alta de 4,8%, o do farelo, de expressivos 7,4% e o do óleo, 7,3%, ainda considerando-se o embarque em maio/2020. Nessa linha, a paridade de exportação indica preço de soja a R$ 103,89 por saca de 60 Kg para maio, de R$ 103,76 por saca de 60 Kg para junho, de R$ 104,43 por saca de 60 Kg para julho e de R$ 104,75 por saca de 60 Kg para julho.

Para fevereiro de 2021, a paridade de exportação indica preços a R$ 102,12 por saca de 60 Kg, considerando-se o dólar futuro negociado na B3 no dia 26 de março. Esse contexto, a baixa oferta de caminhões e a falta de cota nos portos brasileiros para embarques imediatos resultam em aumento nas comercializações para entregas de maio em diante. No mercado spot, as ofertas de venda também estão acima de R$ 100,00 por saca de 60 Kg nos portos. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 2,8%, cotado a R$ 98,82 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra valorização de 2,6% nos últimos sete dias, a R$ 92,15 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, as cotações da soja registram alta de 1,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,6% no mercado de lotes (negociações entre empresas). O dólar favorece as exportações brasileiras. As indústrias nacionais têm acirrado a competição com os compradores externos pelo grão. Ainda assim, parte dos agentes indica que vai continuar repassando as valorizações do grão aos derivados, já que a demanda por farelo e óleo está firme e pode aumentar ainda mais, devido ao cenário na Argentino. Com isso, os preços de farelo de soja apresentam alta significativa de 8,4% nos últimos sete dias. Diante disso, alguns avicultores já sinalizam possível redução nos alojamentos. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.