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24/Mar/2020

Queda na Selic favorece carregar estoques de soja

Segundo o Rabobank, com a redução da taxa Selic de 4,25% para 3,75% ao ano, seu menor valor histórico, os custos de carregamento de grãos serão menores do que os observados nos últimos anos. O incremento necessário de preços da soja para manutenção das margens em caso de opção pelo armazenamento da produção tende a ser menor no comparativo com safras passadas. Entretanto, o carregamento da produção tem riscos, uma vez que gera custos e as cotações dos grãos ao longo do ano podem recuar em resposta a mudanças no cenário do mercado internacional ou diferentes condições de taxa de câmbio. Para otimizar as margens da comercialização, uma alternativa viável no novo cenário de juros baixos é o uso do mercado futuro para verificar qual é o contrato que possibilita melhores condições.

A ideia principal é que se avalie, no momento em que se decide pela venda, as cotações dos contratos futuros para verificar se o próprio mercado não está oferecendo a possibilidade de carregamento com possibilidade de margens melhores posteriormente. No atual momento, as cotações dos primeiros vencimentos na Bolsa de Chicago estão em patamares inferiores aos verificados nos contratos mais longos. Esse cenário é atribuído à entrada da oferta da América do Sul neste início de ano e ao impacto negativo de curto prazo da demanda por soja em decorrência da pandemia de coronavírus. O banco utiliza o exemplo de um produtor de Sorriso (MT), que acabou de colher sua soja. Haveria possibilidade de venda no spot à R$ 76,89 por saca de 60 Kg, o que proporcionaria um resultado de margem operacional de 46,2%. Nesse momento, se o fluxo de caixa permitir o carregamento e entradas de receitas em um prazo maior, seria interessante esse mesmo produtor olhar para a curva de futuros.

Dessa forma, considerando o contrato de agosto de 2020, com a Bolsa de Chicago a US$ 8,56 por bushel, dólar futuro de R$ 5,13 e desconto de base (influenciado por prêmio de exportação e frete) de -11,8%, o preço da soja ficaria em R$ 85,57 por saca de 60 Kg. Mesmo levando em conta os custos de armazenamento, R$ 3,30 por saca de 60 Kg, e de oportunidade, R$ 1,20 por saca de 60 Kg, no período, a margem seria de 46,4%, ou seja, levemente superior àquela que seria obtida com a venda em março. Nesse caso, o carregamento da soja faria sentido. Aplicando a mesma fórmula para os demais vencimentos, o contrato que propiciaria a maior margem (47,6%), mesmo considerando os custos de carregamento seria o de setembro de 2020. Para os vencimentos maio e julho, a margem seria menor do que na venda à vista. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.