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19/Mar/2020

Exportações de soja e de milho em ritmo normal

Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), os exportadores de grãos afirmam que os embarques prosseguem normalmente, sem efeito do avanço do coronavírus no Brasil e no mundo. Contudo, o setor monitora principalmente o funcionamento de três áreas importantes para que o ritmo de exportação se mantenha: fiscalização sanitária nos portos, laboratórios que atestam mercadorias como livres de pragas e praticagem de navios. A paralisação dos estivadores no Porto de Santos (SP), por enquanto, não afeta o escoamento de grãos, tendo maior efeito sobre cargas de contêineres, mas a associação está acompanhando a situação e espera uma resolução. Para este ano, a previsão de exportação está entre 73 milhões a 74 milhões de toneladas de soja e entre 34 milhões a 35 milhões de toneladas de milho.

Mas, se essa curva de infecção obedecer ao desenho que tem sido exibido e não afetar nenhum dos pontos nevrálgicos para o setor, que são a parte de fiscalização, de laboratórios e praticagem, a previsão deve se concretizar. Neste momento, não há nada que autorize a mudança nas previsões de soja e de milho. Mesmo quando a situação do coronavírus estava mais crítica na China, principal destino da soja brasileira, não houve desaceleração dos desembarques no país. É um momento de grande preocupação, mas não há evidência de que isso tenha algum reflexo na comercialização de alimentos. Por ora, o line up de soja para embarque nos portos brasileiros está aquecido para março. Estão previstos embarques de outros 9 milhões de toneladas além dos 4,89 milhões de toneladas já exportados nas duas primeiras semanas do mês.

Só de soja são mais de 13 milhões de toneladas, um número bastante expressivo, maior do que o de fevereiro e que deve superar março do ano passado. Quando somados os embarques esperados para março, de 150 mil toneladas de milho (já saíram 60,6 mil toneladas) e 1 milhão de toneladas de farelo (já saíram 817,7 mil toneladas), o volume exportado pelo País ultrapassaria 14 milhões de toneladas de soja, milho e farelo. Ficaria bem acima do recorde de movimentação dentro de um mesmo mês, de pouco mais de 11 milhões de toneladas. Existe capacidade portuária, mas atingir este número também depende de um clima favorável, já que chuvas podem atrasar a atracação de navios. Parte do volume previsto pode ficar para abril.

Os embarques de soja podem ter ficado mais concentrados em março após atrasos na colheita e em embarques nos últimos meses. Houve chuvas que atrapalharam os embarques em determinados portos do País, com volumes que deveriam ter sido embarcados em fevereiro e foram embarcados no começo de março. A safra chegou em grande volume neste mês. O setor não vê, por ora, retração na demanda em virtude dos problemas com o surto do coronavírus. A China está voltando a demandar mais soja. Processadoras de soja chinesas estão voltando à normalidade da atividade de esmagamento, mas não haviam reduzido a procura em nenhum momento. Elas continuaram comprando e, provavelmente, se formou estoque na China para ser processado quando as atividades industriais fossem retomadas, o que já está começando a acontecer. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.