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06/Mar/2020

RS: crescem as quebras nas safras de milho e soja

Com o começo da colheita da soja e mais da metade da área de milho já colhida, as perdas provocadas pela estiagem no Rio Grande do Sul, terceiro maior Estado produtor de grãos do país, se mostram maiores do que inicialmente projetadas e tendem a crescer diante da perspectiva de que as chuvas só voltarão ao Estado no fim da próxima semana. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) estima que a redução da produção gaúcha de grãos como um todo em relação ao ciclo passado será de 9%, para 28,7 milhões de toneladas. A projeção inicial do órgão era que a colheita alcançaria 33,7 milhões de toneladas, 7% mais que em 2018/2019. As perdas estimadas até agora deverão gerar uma queda do valor da produção no Estado de pelo menos R$ 5 bilhões.

A retração mais expressiva deve ocorrer na colheita de milho, que deverá alcançar 4,7 milhões de toneladas, recuos de 18,2% ante a temporada passada e de 21,2% em relação à projeção inicial. Em janeiro, a Emater já indicava que a quebra era irreversível e iria superar 20%. Se a falta de chuva persistir, as perdas podem chegar a 25%, segundo a Emater/RS. Além da falta de chuvas, as altas temperaturas prejudicam o desenvolvimento das lavouras. Assim como acontece agora na soja, as plantações de milho amargaram períodos em que a chuva é essencial - floração e desenvolvimento do grão - sem uma gota de água. Até a semana passada, 50% da área destinada ao cultivo do cereal no Estado, calculada pela Emater/RS em 783,3 mil hectares, já havia sido colhida.

A produtividade do milho de verão deverá ser 22,3% menor que o inicialmente previsto e ficar em 5.900 quilos (98,3 sacas) por hectare nesta safra. No ciclo passado, foram 7.500 quilos (125 sacas) por hectare. Para a soja, que lidera a produção de grãos do Estado, as perdas estão projetadas em 16,2% se considerada a estimativa inicial da Emater/RS. Se de fato a colheita chegar às 16,5 milhões de toneladas atualmente previstas, a redução ante 2018/2019 será de 10,8%. De acordo com a Emater/RS, apenas na soja as perdas serão equivalentes a R$ 4 bilhões. Para a Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-RS), no entanto, a quebra deverá chegar a 35%.

Esse percentual maior de quebras na soja já está se confirmando. Há relatos de produtores colhendo desde 4 sacas até 18 sacas por hectare, quando o habitual é de 60 sacas de 60 Kg por hectare. As perdas na soja deverão atingir 7 milhões de toneladas e a colheita gaúcha poderá ficar em 12 milhões de toneladas, enquanto a expectativa inicial era de 19,7 milhões de toneladas, o que resultaria em uma quebra de 40% na oleaginosa. 80% das lavouras no Estado ainda estão em fase de enchimento de grãos e o problema poderá se aprofundar. Até o fim da próxima semana a previsão é de tempo seco no Estado. Segundo o Secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Covatti Filho, com a expectativa de não haver chuva nos próximos dias, a situação das lavouras pode ser agravada e o status pode evoluir de estiagem para seca. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.