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03/Mar/2020

Argentina: setor espera acordo sobre retenciones

Segundo a Associação Argentina da Cadeia de Soja (Acsoja), a indústria de soja do país espera chegar a um acordo com o governo sobre um possível aumento das retenciones (imposto sobre as exportações) de oleaginosas e seus derivados. A entidade que representa produtores, processadores e fornecedores de soja é contrária à alta das retenciones sobre o grão e derivados. O governo planeja elevar a taxa sobre as vendas externas da soja em 3%, dos atuais 30% para 33%. O possível aumento das retenciones é classificado como a pior notícia para o setor e como uma medida desesperada. O setor considera um erro punir um dos poucos setores que pode tirar a Argentina da crise, pois o país precisa crescimento da produção. A medida reduz a competitividade internacional da soja argentina ante seus principais concorrentes, o que tende a se refletir em recuo nas exportações do produto.

O impacto dessa decisão começa pela redução da produção principalmente nas áreas mais interioranas, mas o efeito também seria forte em toda a cadeia produtiva, afetando todas as indústrias e negócios ligados à produção. Além disso, agravaria a queda das exportações. No longo prazo, a receita acabaria sendo menor, com um efeito negativo na produção. No dia 1º de março, o presidente argentino Alberto Fernández anunciou uma série de medidas para ajudar a reduzir a dívida do país, e informou que o governo vai aumentar o imposto sobre as exportações de apenas 1 de 25 produtos agrícolas. O governo afirma que fez uma proposta generosa em matéria de direitos às exportações, na qual só se aumenta 1, de um total de 25 cultivos que hoje estão afetados por esses direitos. Um dos objetivos do governo atual é que o campo cresça. Contudo, o presidente não especificou qual commodity terá as retenciones elevadas.

As declarações foram feitas menos uma semana depois de o governo argentino suspender a concessão de novos registros de exportação, o que fez o setor agropecuário aguardar o anúncio de um aumento da tributação. A aposta do setor é de que será elevada a tributação sobre a venda externa de soja, e serão mantidas as regras para as demais culturas. Os produtores argentinos planejam paralisar por 15 dias a comercialização de grãos se o governo não entrar em acordo com o setor produtivo para não aumentar as retenciones de 30% para 33% sobre a soja. Eles também afirmaram que, caso não sejam atendidos, vão realizar uma rebelião fiscal com suspensão de pagamento de impostos. As medidas foram decididas em assembleia de produtores autônomos, sem ligação com entidades representativas. Fonte: La Nación e Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.