02/Mar/2020

A fila de embarques com navios em carregamento e navios agendados para chegar aos portos do país (line up) para a soja registrou em fevereiro uma das maiores acelerações em relação ao mês anterior diante da demanda forte pela oleaginosa do Brasil e da sazonalidade que alimenta este movimento sazonal. Com a colheita avançando, há um maior ritmo de exportações. A demanda está aquecida e estamos entrando no pico de embarques que vai até meados de maio. O Brasil começa, cada vez mais, a impulsionar suas exportações, com soja mais barata, de alta qualidade. Há um aumento do fluxo de navios carregados com soja. Este aumento já vinha sendo esperado, uma vez que a disponibilidade de produto há um mês era ainda muito menor, depois das fortes vendas do ano anterior, de uma safra menor e de estoques praticamente zerados no Brasil.

A safra recorde - que está sendo colhida com certo atraso em alguns pontos do país, chegando a 40% até este momento – e com o dólar batendo recordes históricos, são fatores que mantêm a oleaginosa brasileira mais competitiva e atraindo os compradores. Somente na última semana, o Brasil embarcou 1,72 milhão de toneladas de soja. Os compromissos totais com exportações já chegam a 15,4 milhões de toneladas, 25% maior do que no mesmo período do ano passado. A fila de embarques no curto prazo registra 11,2 milhões de toneladas a serem embarcadas nas próximas semanas. Em 2019, nessa mesma época, eram 8,57 milhões de toneladas. Os prêmios de exportação deverão subir no Brasil, uma vez que, mesmo com a alta produção nacional, haverá uma quantidade recorde de soja já vendida para exportação.

A partir de maio, sazonalmente, esse movimento de aceleração começa a perder força e os compradores começam a se direcionar para a soja norte-americana como uma boa alternativa para novas importações no segundo semestre. De acordo com as primeiras estimativas para a safra 2020/2021 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a safra de soja do país deverá atingir 114,1 milhões de toneladas, com uma recuperação depois das perdas causadas pelo clima na temporada passada. A expectativa é de que as exportações norte-americanas de soja resultem em números mais fortes no novo ano comercial e estão estimadas em 55,8 milhões de toneladas, contra 49,6 milhões de toneladas em 2019/2020. As exportações brasileiras estão estimadas pela nossa Consultoria em 75 milhões de toneladas. A demanda interna por farelo e óleo estão aquecidas em 2020. Fontes: Reuters, Broadcast Agro e Bloomberg. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.