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26/Fev/2020

Coronavírus avança e afeta commodities agrícolas

O Brasil retorna do feriado de Carnaval com más notícias vindas de todas as partes do planeta, comunicando o avanço do coronavírus na Ásia, Europa e Estados Unidos. Commodities agrícola, petróleo e ações de companhias sofreram fortes quedas nos últimos dias. Desde o início de janeiro deste ano, a soja para março/2020 já acumula queda de 7,9% e o mesmo contrato do milho recuou 5,1%. O tom negativo prevalecia nos mercados acionários no exterior nesta terça-feira (25/02), com os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos tocando mínima em meio a preocupações sobre o efeito na economia global do alastramento do novo coronavírus. O novo coronavírus já infectou mais de 80 mil pessoas, dez vezes mais do que a SARS. A Organização Mundial da Saúde (OMS), contudo, disse que a epidemia na China, onde começou em dezembro, atingiu o pico entre 23 de janeiro e 2 de fevereiro e começou a declinar desde então.

O Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos Estados Unidos (CDC) informou nesta terça-feira (25/02) que o coronavírus está se espalhando de forma rápida pelo mundo e que há provável risco de pandemia. É importante observar que as atuais circunstâncias globais sugerem que é provável que esse vírus cause uma pandemia. Nesse caso, a avaliação de risco seria diferente, segundo o CDC em conferência sobre o vírus. Segundo o órgão, o coronavírus não está circulando pelos Estados Unidos e os primeiros casos detectados em solo americano se deram no contágio com pessoas que foram à China. Para o público americano em geral, que provavelmente não será exposto a esse vírus no momento, o risco imediato para a saúde do COVID-19 é considerado baixo, segundo o CDC. O órgão americano, no entanto, diz que o quadro clínico completo em relação vírus não está totalmente esclarecido, sendo que é provável que mais casos sejam identificados nos próximos dias, incluindo os Estados Unidos. Essa é uma situação em rápida evolução e as informações serão atualizadas à medida que estiverem disponíveis, segundo o CDC.

Já a Organização Mundial da Saúde (OMS), através de Bruce Aylward, líder da missão internacional conjunta e da China contra o coronavírus, Bruce Aylward, disse nesta terça-feira (25/02) que os casos de infecção pelo vírus no país asiático estão desacelerando. Houve um crescimento exponencial de novos casos, que atingiu um platô (estabilidade) e vem caindo consistentemente desde fevereiro, exibindo um gráfico que mostrava a queda no número de novas ocorrências na China. Aylward e outros 12 especialistas da OMS visitaram a China para estudar as medidas de contenção do país. Ele elogiou os processos de quarentena e isolamento tomadas pelo país asiático e classificou as ações como responsáveis pela queda no número de casos. A falta de uma vacina contra o coronavírus torna o modelo chinês de contenção uma referência a ser seguida por outros países. A mudança de pensamento pode ser o maior desafio de outros países na contenção do novo vírus.

Aceitar quarentena onde é necessário, isolamento rápido, são desafios para as pessoas. É preciso de leitos de hospitais para isolar pessoas, ventilação mecânica, testes, tomografias computadorizadas. Quantos países estão preparados para isso? Segundo Aylward, os dados obtidos pela missão mostram que a transmissão assintomática do coronavírus parece responder por uma parcela muito pequena do total de casos. Por isso, não há evidências de que o número de casos seja superior ao que foi relatado até agora na China. Até agora, os números indicam que a maior parte dos novos casos é leve, com sintomas de náusea e febre leve. Desses, 15% progridem para casos severos, com algum tipo de pneumonia. Dos severos, entre 15% e 20% evoluem para quadros críticos, quando há insuficiência respiratória e o risco de morte é maior. Fontes: Reuters, Agência Estado e Bloomberg. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.