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05/Fev/2020

Preço da soja pressionado pelas quedas externas

O mercado futuro de soja na Bolsa de Chicago deve continuar atento às notícias envolvendo o avanço do coronavírus na China. Relatos de que medidas para controlar a epidemia podem afetar o fluxo de comércio de commodities enviadas ao país deixam o mercado em alerta. A China também anunciou que por causa do avanço do coronavírus, poderá flexibilizar as metas comerciais acertadas na “fase 1” do acordo comercial com os Estados Unidos. Ainda é cedo para avaliar o impacto da doença sobre o mercado de grãos. Há preocupação quanto a uma eventual redução nas compras de commodities agrícolas pela China, mas o ritmo de embarques ainda não se alterou. Atualmente, a principal questão de ceticismo do mercado é a ausência de compras significativas chinesas após a assinatura da primeira fase do acordo entre os dois países.

No mercado doméstico, as cotações brasileiras são pressionadas pela desvalorização do dólar ante o Real e pela entrada da safra. Com a forte queda acumulada das cotações futuras em Chicago, em média, entre o início de janeiro e essa primeira semana de fevereiro, os preços da soja recuaram 4,7% (queda de R$ 4,18 por saca de 60 Kg) no Porto de Paranaguá e 4,2% no interior do Paraná (queda de 4,25 por saca de 60 Kg). No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, a referência de compra é de R$ 81,50 a R$ 82,00 por saca de 60 Kg FOB para retirada imediata e pagamento no fim de fevereiro. O vendedor, em contrapartida, não demonstra interesse no mercado e prefere aguardar retomada dos preços após ter negociado entre R$ 83,50 e R$ 84,00 por saca de 60 Kg na semana anterior.

No Porto de Rio Grande, para os mesmos prazos, a indicação é de R$ 85,50 por saca de 60 Kg, níveis de preços semelhantes aos da semana passada. O ritmo lento reflete, ainda, a cautela de exportadoras, esmagadoras e indústrias, que compram aos poucos enquanto ainda estão recebendo a soja negociada antecipadamente. Para prazos mais longos, com entrega em junho e pagamento em julho, os compradores indicam entre R$ 80,00 e R$ 81,00 por saca de 60 Kg em Passo Fundo. No porto de Rio Grande, a indicação está entre R$ 86,00 a R$ 86,50 por saca de 60 Kg. Em Mato Grosso, na região de Primavera do Leste, as negociações de soja disponível seguem travadas enquanto produtores estão focados em cumprir contratos negociados antecipadamente.

As multinacionais e fábricas indicam R$ 74,00 por saca de 60 Kg para entrega imediata e pagamento em 72 horas. Os grandes compradores esperam que, com a entrada da safra, ao longo deste mês, as cotações caiam. As empresas menores, por outro lado, nem chegam a sugerir preços. Já os agricultores, além de se concentrarem na colheita e na entrega de contratos preferem estocar para vender mais tarde a preços mais altos. Para a safra de 2020/2021, as indicações se mantêm em R$ 73,50 por saca de 60 Kg para entrega em fevereiro e pagamento em março. O produtor já chegou a vender a R$ 75,00 por saca de 60 Kg no início de janeiro e aguarda preços mais altos, sem qualquer interesse de fechar acordos neste momento.