31/Jan/2020

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em baixa nesta quinta-feira (30/01), com a percepção de que o surto de coronavírus está se agravando e pode afetar a demanda chinesa por commodities. Segundo os últimos dados oficiais, o vírus já infectou 8 mil pessoas na China, causando pelo menos 170 mortes. Além da quarentena imposta pelo governo chinês em várias cidades, empresas aéreas cancelaram voos para a China e a Rússia fechou parcialmente sua fronteira com o país. O vencimento março da oleaginosa caiu 16,75 cents (1,88%), para US$ 8,7625 por bushel. Esse cenário levanta mais dúvidas sobre se a China vai começar em breve a fazer grandes compras de produtos agrícolas dos Estados Unidos, conforme foi acertado na fase 1 do acordo comercial entre os dois países.

Outra preocupação é a chegada da safra brasileira recorde ao mercado, o que deve acontecer nas próximas semanas. Dados de vendas externas dos Estados Unidos vieram mais próximos do piso das estimativas do mercado. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) relatou que os exportadores venderam 469.700 toneladas de soja da safra 2019/2020, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 23 de janeiro. O volume representa queda de 41% ante a semana anterior e de 11% em relação à média das quatro semanas anteriores. Os contratos do grão também foram pressionados pela queda expressiva do óleo de soja, que por sua vez foi motivada pelas perdas do óleo de palma. Os dois óleos são concorrentes em alimentação e na fabricação de biodiesel.