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28/Jan/2020

Preço da soja sofre influência dos recuos externos

Os preços da soja no mercado físico brasileiro já começam a sofrer maior influência do recuo das cotações futuras na Bolsa de Chicago, diante da frustração dos resultados do acordo da “Fase 1” do acordo entre EUA e China. Os preços recuaram entre R$ 0,50 e R$ 1,00 por saca de 60 K. O dólar em alta no Brasil e os prêmios firmes nos portos brasileiros. Os investidores do mercado futuro de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) seguem atentos à demanda chinesa pela oleaginosa norte-americana, porém o feriado de ano-novo lunar na China até quinta-feira pode manter as negociações esvaziadas. Traders monitoram ainda a colheita de soja no Brasil e a disseminação do coronavírus no mundo. A China não está aumentando suas compras do grão norte-americano. O vencimento março/2020 do grão já mostra tendência de se consolidar abaixo do patamar dos 9 por bushel.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) disse que exportadores venderam 790 mil toneladas de soja da safra 2019/2020 na semana encerrada em 16 de janeiro. O volume representa alta de 23% ante a semana anterior e de 59% em relação à média das quatro semanas anteriores. A China comprou 225.900 toneladas do total. As vendas dos EUA para a China podem não ter sido muito expressivas porque se referem à semana que terminou em 16 de janeiro, apenas um dia após a assinatura da primeira fase do acordo comercial entre os dois países. Ainda assim, de lá para cá o USDA tampouco notificou vendas avulsas de soja norte-americana para a China no seu sistema diário de reportes. Mesmo depois de formalizada a fase 1 do acordo, o mercado ainda está muito ansioso pela estratégia de compra da China. Persiste a incerteza se a China de fato respeitará as metas de incremento de compras agropecuárias dos EUA de US$ 12,5 bilhões no primeiro ano e US$ 19,5 bilhões no segundo ano, ante a base de US$ 24 bilhões de 2017.

A dúvida é como a China vai equalizar o volume prometido com compras já feitas no Brasil e na Argentina. A expectativa agora é de uma produção ainda maior do que o esperado no Brasil. Em Mato Grosso os rendimentos iniciais estão superando as expectativas. Com o feriado do ano-novo lunar chinês, que vai até a próxima quinta-feira, as compras chinesas nesta semana também devem ser fracas. Preocupações com o surto de coronavírus na China também influenciam os negócios. Investidores temem que a situação se agrave ainda mais e acabe afetando a demanda chinesa por alimentos e a atividade econômica. Com o quadro de peste suína africana e coronavírus, o país asiático pode continuar ausente das compras durante o feriado. Do lado da oferta, as atenções seguem voltadas para a colheita do Brasil. A perspectiva de chuvas mais volumosas nos próximos sete dias pode atrapalhar a retirada dos grãos no País. Já na Argentina, o mercado monitora um menor volume de chuvas na província de Buenos Aires e no sul de Santa Fe.

Ocorreram alguns problemas com clima seco no Rio Grande do Sul, mas podem ser compensados por bons resultados esperados para outros Estados. O plantio foi feito com atraso, ocorreram adversidades climáticas, mas o Brasil caminha para uma safra recorde. Em Mato Grosso, na região de Primavera do Leste, os compradores indicam R$ 73,00 por saca de 60 Kg, por necessidade de consumo imediato. Com a tendência de queda nos preços em virtude da maior disponibilidade de oferta, produtores devem esperar o próximo trimestre para voltar ao mercado com volumes maiores. Para a safra 2020/2021, na região de Primavera do Leste, são reportados negócios a R$ 77,00 por saca de 60 Kg para entrega em fevereiro e pagamento em março de 2021. No Paraná, na região de Ponta Grossa, os compradores indicam R$ 84,00 por saca de 60 Kg para entrega imediata e pagamento no fim de fevereiro. Nos Campos Gerais quase não há mais soja da safra 2018/2019 disponível e a colheita das áreas precoces deve ganhar força em fevereiro.