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17/Jan/2020

EUA: mercado cético quanto às compras da China

O ceticismo do mercado quanto à efetivação das compras de produtos agrícolas pela China, acordadas na “Fase 1” do pacto com os Estados Unidos, continua. Representantes chineses apontaram, por exemplo, que as compras seriam baseadas nas condições do mercado. Se as condições de mercado significam que as importações dos Estados Unidos não fazem sentido, por exemplo, porque os preços dos Estados Unidos são muito altos pelos padrões internacionais, as compras não serão feitas. O ceticismo dos investidores pode ser observado por meio do desempenho baixista das commodities, como soja, milho, trigo e algodão, após a assinatura do documento.

Traders ainda têm dúvidas quanto ao compromisso da China em realmente adquirir os produtos norte-americanos, em virtude, também do documento não especificar como as aquisições serão feitas. Isso não é consistente com o compromisso de comprar mercadorias que excedam o nível de 2017 (US$ 24 bilhões), 2020 (US$ 12,5 bilhões) e 2021 (US$ 19,5 bilhões). Outro fator que pode colocar em xeque o compromisso firmado entre os dois países, é a manutenção das tarifas retaliatórias sobre muitos produtos agrícolas norte-americanos. Esse fator é desfavorável para o incremento significativo das importações chinesas.

Mesmo que a China compre as quantidades acordadas, isso inevitavelmente levanta a questão de saber se o país precisa de quantidades tão grandes de produtos agrícolas dos Estados Unidos, pois a demanda chinesa por commodities agrícolas dificilmente aumentou tão acentuadamente desde 2017. Uma possibilidade seria a China reduzir expressivamente suas compras de outros fornecedores como o Brasil. Hipótese que não está na intenção do país. Caso não reduza a importação de outros players, a China aumenta o risco de sobrecarregar a oferta doméstica e, assim, derrubar a rentabilidade do setor agrícola. A China dificilmente permitirá que isso aconteça. O ceticismo entre os participantes do mercado quanto ao acordo comercial é, portanto, justificado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.